quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Ao Nenê Brambilla



Luiz Nenê Brambilla recebeu este poema humorístico do amigo e poeta Aguilar Morais quando completou 31 anos.

Completas hoje, vinte e oito, quinta
feira de julho, quinta feira morta,
trinta e um anos, sem que alguém pressinta,
trinta e um repolhos numa mesma horta...

Quando a coisa já vai p'ra além dos trinta,
dos anos a crescer a gente corta.
E faz como a mulher (embora minta)
conta p'ra traz, e à doce infância "vorta"...

No ano que vem, exemplo, contas trinta,
vinte e nove no outro, e assim por diante,
ficarás moço, moço verdejante...

No povo, desse modo, passas finta...
Segues o conselho que te dou porque
eternamente ficarás "nenê"...

Luiz Brambilla, meu avô materno, faleceu no dia 20 de janeiro de 1952.
Na hora do sepultamento meu pai, muito emocionado, despediu-se do sogro querido e num trecho do discurso ele disse: "será o morretense amante da sua terra ou será o genro extremado que se manifesta nestas sinceras palavras?"
Eu afirmo que são ambos, porque em Luiz Brambilla, meus amigos, eu vi, no convívio diário de vinte anos, o homem em sua vida pública, o homem em sua vida comercial, o homem em sua vida privada. E não soube qual delas mais admirar, se como prefeito de sua terra, em gestão brilhante e profícua; se como o político prestigioso e hábil reunindo em torno de si os elementos mais destacados da vida pública do Estado; se o cavalheiro de fino trato pontificando na vida social da cidade; se o sócio fundador da Sociedade Beneficente e Recreativa dos Operários de Morretes; se o sócio benemérito do Clube 7 de Setembro; se o morretense entusiasmado e interessado por tudo o que se relacionasse com o progresso da nossa terra (...).
Este discurso está na página 61, do livro TENHO DITO : MORRETES E MORRETENSES NOS DISCURSOS DE MARCOS LUIZ DE BONA.