quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Aniversário de Morretes

No dia 31 de outubro de 1973, durante as festividades de 240 anos de Morretes, foi inaugurado o "Marco da cidade",  ocasião em que meu pai proferiu o discurso abaixo:


Convidados pelo Sr. Prefeito, através da direção do Grupo Escolar Municipal da Vila dos Ferroviários, para manifestar, neste dia festivo do aniversário da nossa cidade, a satisfação pela passagem da data de 31 de outubro, transmitimos às autoridades, aos visitantes, ao povo em geral aqui presente, a nossa saudação.
Não teria significado a presença da mocidade estudiosa, das pessoas gradas e do povo, neste local, não estivessem todos possuídos do ardor cívico, do sentimento de brasilidade, do amor à Terra Morretense que caracterizam as manifestações da nossa gente.
Foi esse mesmo sentimento carinhoso pelas coisas que dizem respeito à Morretes, que nos ensejou, neste momento, a felicidade de ver a Família Morretense reunida para, de público, cultuar o Pavilhão Nacional que alteia, admirar a Bandeira do Município, mostrar a beleza das crianças do ensino primário, a juventude radiosa dos que fazem o secundário, o garbo dos que atingem o ensino médio, a presença respeitável dos educadores e das educadoras, atestando o honroso nível intelectual aqui presente.
São esses interesse e esforço denodados dos nossos administradores que nos dão a esperança, a certeza, de que os Prefeitos Municipais, aqui reunidos, darão a Morretes e a toda a região do litoral, o progresso material básico da nossa sobrevivência, ao lado das riquezas que possuímos no campo da história, da cultura, das belezas naturais, que tantas alegrias trazem aos nossos corações e tanto elevam o nosso espírito.
É, ainda, o sentido de cooperação e de trabalho que nos permitirá ver, ainda hoje, a inauguração de importantes obras públicas municipais, de necessários serviços médico-dentários, competições esportivas tornando saudáveis os jovens, canto e música elevando nossas almas, exposição de antiguidades, recordando gente e coisas do nosso passado saudoso, e, para encerrar, a ação de graças pelo ânimo que os dons divinos têm-nos dado para suportar os dias amargos, e pelas alegrias e felicidades que temos gozado nos dias que são venturosos, da nossa existência.
Duzentos e quarenta anos são passados do dia em que, oficialmente, Morretes passou a existir como comunidade constituída, embora 12 anos antes já houvesse o Ouvidor Pardinho determinado essa medida legal. O Marco dessa existência vai ser inaugurado, hoje, neste local em que os Oficiais da Câmara de Paranaguá, em nome de El-Rey, demarcaram as 300 braças em quadra. Há mais de dois séculos que o antigo Cubatão, hoje Nhundiaquara, assiste à vivência, moderada e pacífica, dos que aqui nasceram e dos que aqui aportaram em busca de trabalho. Há mais de duzentos anos que a capela, depois Igreja de Nossa Senhora do Porto, com sua frente voltada para o rio, tem suas portas abertas aos fiéis.
Os nossos antepassados sempre festejaram a data de 31 de outubro. Hoje nós a estamos assinalando. Oxalá gerações e mais gerações futuras mantenham as nossas tradições, ativem o nosso progresso, vivam em Paz e permitam que este lindo recanto do litoral continue a ser, como hoje, um exemplo de civismo, de operosidade e de união.

Senhor Prefeito, demais autoridades, mocidade escolar e conterrâneos!
Esta foi a nossa saudação, simples, na forma literária, mas esplendorosa em seu conteúdo de amor pela nossa terra.

Tenho dito.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

João Turim - parte III


Recebi do Eric Hunziker, historiador e escritor morretense, uma informação preciosa sobre o movimento em prol da confecção do busto de Rocha Pombo, por João Turim, no ano de 1933. Conforme cópia do  original a campanha teve início no dia 12 de outubro (a completar 80 anos); abaixo os nomes dos primeiros cidadãos envolvidos no projeto. 






quarta-feira, 2 de outubro de 2013

JOÃO TURIM - parte II


Turim perpetuará no bronze o maior historiador da América*

Morretes vai erguer um monumento a Rocha Pombo, com a contribuição de todo o Paraná.

Domingo último, uma embaixada de artistas e intelectuais conterrâneos foi a Morretes coordenar uma campanha em prol de um monumento que perpetue no bronze a glória de Rocha Pombo.
Sob os auspícios da diligente operosidade do Dr. Ferreira da Costa, prefeito de Morretes, e do Dr. Domício Costa, ilustrado facultativo presidente da Comissão que propugnará pela homenagem, reuniram-se os elementos mais destacados da sociedade local e constitui-se a grande comissão que levará avante a magnífica idéia, aliás, a tempo projetada.
Ficou logo assentado que o consagrado escultor João Turim executará o monumento a Rocha Pombo, magnífico Bronze que já está pronto para ser fundido.
A população do próspero e adiantado município solidarizou-se logo com o projeto e o acolheu com a mais expressiva e espontânea simpatia.
Monumento em homenagem a Rocha Pombo, do escultor
morretense João Turim
Aguilar Morais, expressão intelectual de projeção em nosso meio, dirigirá intensa atividade no sentido de ampliar tanto quanto possível a colaboração de todos os municípios paranaenses na efetivação do preito que imortalizará no bronze o maior historiador da América. O monumento projetado por Turim é mais uma das notáveis obras de arte com que o escultor patrício enriquecerá o patrimônio artístico de sua terra.
E assim, é uma glória brasileira, nascida em Morretes que receberá dos seus compatriotas o marco eterno que apontará aos pósteros, na consagração justiceira da História, um dos maiores e mais altos tipos de nacionalidades.

*Notícia publicada em jornal de Curitiba, no dia 6 de dezembro de 1939