quarta-feira, 1 de junho de 2016

Adalberto "Nho Beco" Villa Nova. Um religioso dedicado!!!

ADALBERTO VILLA NOVA

Vêem-se também nos grandes centros, mas é mais comum encontrarem-se nas cidades do interior, pessoas que, não tendo ordens sacras, se dedicam ao cuidado das coisas santas, dirigindo Irmandades, presidindo Congregações, ajudando na Santa Missa.
Essas pessoas, geralmente de idade avançada, já no gozo da aposentadoria da atividade a que se dedicaram, na vida, são possuídas de sentimento cristão em elevado grau, piedosas, serviçais, humanitárias.
Elogiar a conduta de homens e mulheres de coração assim tão bem formado torna-se desnecessário, pois a estima geral de que gozam, no seio da comunidade em que vivem, o respeito, a consideração, já são retribuição suficiente a quanto vem praticando de bem para a alma de seus semelhantes.
Adalberto Villa Nova, cujo infausto passamento ocorreu há pouco, em Morretes, não se inclui entre aquelas pessoas por nós ditas idosas e aposentadas, embora já nos últimos anos estivesse ele nessas condições. Dizemos não se inclui, porque mesmo quando moço e tinha a seu cargo a sua indústria, já exercia as mais diversas atividades, na Paróquia de Nossa Senhora do Porto, herdando de seu pai, o honrado Morretense, Júlio Villa Nova, os acrisolados dotes de coração, a devoção de Nossa Senhora e a dedicação às coisas da Santa Madre Igreja, que tornaram essa família reconhecida como das maiores cooperadoras da religião católica em nossa terra.
Há muitos anos exercia o cargo de Provedor da Irmandade da Matriz de Morretes, onde a sua dedicação sem par o colocava sempre na liderança dos movimentos que visavam o progresso espiritual da nossa gente e das homenagens à excelsa padroeira da nossa cidade.
Modesto de recursos financeiros era, porém, rico de fé, tantas vezes demonstrada neste mundo, onde a dor pela perda do único filho foi contida pelo poder de resignação à vontade de Deus, só possível aos que crêem e não desesperam ante os misteriosos desígnios divinos.
Festa do Divino Espírito Santo
Por isso, Adalberto Villa Nova, que na intimidade da família e da Irmandade chamávamos Nho Beco, deixa um nome saudoso aos seus concidadãos e familiares pela sua bondade inexcedível, pela conduta ilibada e amor ao próximo. E, ainda, um nome consagrado no seio da Igreja Católica pelos serviços prestados, merecendo de Sua Excelência Reverendíssima, o Arcebispo Metropolitano, especial referências na missa vespertina daquele tristonho sábado do mês de agosto, assim como os agradecimentos de Dom Bernardo, Bispo de Paranaguá, quando da sua primeira visita oficial a Morretes no dia 28 do mês transato.
Deixou Adalberto Villa Nova à sua esposa, companheira incansável de jornada pelo bem e pela igreja, essa satisfação que, em meio a dor de perdê-lo, ganha, para consolo da alma, como um bálsamo depositado sobre seu coração ferido.
A Paróquia de Morretes, entristecida, queda pesarosa ante o desaparecimento do prestimoso irmão, com orações fervorosas para que sua alma descanse em paz no seio do Senhor.
Publicado no Jornal “O Dia” por M. L.  De Bona

Curitiba, setembro de 1963.