quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Canção de Natal


Capela Momerial da noite silenciosa  - Noite Feliz

A história da canção é controversa. O que se sabe é que, na vila de Oberndorf, o padre Joseph Mohr saiu atrás de seu amigo músico Franz Xaver Gruber para que transformasse em melodia um poema que ele havia escrito, a fim de que fosse tocada na missa de Natal que aconteceria horas depois. Algumas fontes dizem que Mohr havia criado a letra dois anos antes, em 1816; outras dizem que o padre escreveu-a no caminho até Gruber, pois, em verdade, Mohr não estava atrás do músico, mas atrás de um instrumento para ser tocado na Missa do Galo de 1818, já que o órgão de sua paróquia teria tido os foles roídos por ratos. Nessa versão, Mohr teria ficado deveras preocupado com a falta de um instrumento e teria inspirado sua letra no humilde Natal de Jesus em Belém.
canção foi originalmente composta para violão e flauta. Um arranjo vocal por Mohr surgiu em 1820. Novos arranjos por Gruber vieram pouco antes de sua morte (1863). Em 1845, o primeiro arranjo para orquestra aparece, e em 1855, um novo arranjo para órgão se vê. Em 1900, a música já era mundialmente conhecida.
A igreja de São Nicolau não existe mais. Foi demolida no começo do séc. XX por sofrer com constantes alagamentos, estando perto do rio Salzach. Em seu lugar, foi construída por volta de 1920-1930, num lugar 800 metros mais alto que o anterior, a Capela Memorial da Noite Silenciosa (Stille-Nacht-Gedächtniskapelle), que, apesar de acolher só 20 pessoas, recebe no fim do ano cerca de 7 mil peregrinos para a missa de Natal, e outros quase 2 mil turistas.

Franz Xaver Gruber

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

PARQUE TEMÁTICO PARANÁ ENCANTADO HISGEOPAR

Recentemente foi inaugurado em Morretes mais um espaço sócio cultural com as imagens da história do Paraná em miniaturas. Conta a história do Estado em diversas maquetes. 
O idealizador e executor do Parque foi Rudi Haupt, oferendo assim mais um excelente local de visitação para os morretenses e turistas.


Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor


Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor


Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor



Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor


Essa foto de Paraná Encantado HISGEOPAR é cortesia do TripAdvisor

Todas as fotos têm direitos autorais e pertencem ao site TripAdvisor.



quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Inauguração da Maternidade do Hospital de Morretes


Discurso proferido durante a inauguração em Morretes, em 31 de outubro de 1953.
Cumprindo uma das mais importantes partes do programa dos festejos da data máxima da nossa terra, eis-nos aqui para inaugurar, com a honrosa presença do Exmo. Sr. Dr. Bento Munhoz da Rocha Netto, ilustre Governador do Estado, o novo pavilhão do Hospital e Maternidade de Morretes.
Não foram os sacrifícios sem conta que a execução desta obra exigiu dos responsáveis pelos destinos deste hospital, e não teria este ato o significado todo especial de que se reveste.
Quando abnegados cidadãos deram início à construção do prédio original, ainda estavam sob a impressão daqueles que, com espírito derrotista, não acreditavam poder esta casa manter-se, nem alcançar o índice de aproveitamento à altura das necessidades do nosso município. Assim foi que pensaram serem suficientes aquelas duas alas iniciais e o pavilhão da enfermaria. Porém de tal forma revelou-se a utilidade deste estabelecimento, que em breve passou a abrigar um número cada vez maior de enfermos, tornando-se pequena a sua enfermaria para os doentes pobres aqui internados gratuitamente, bem como para os que, possuidores de recursos, utilizavam os quartos particulares. As parturientes da seção maternidade, de início retraídas, foram aos poucos se habituando a utilizar os recursos médicos e a segurança que lhes oferecia esse ambiente.
E assim é que o nosso Hospital, inaugurado há apenas três anos e meio, logo sentiu a necessidade de uma ampliação. Os recursos financeiros eram escassos, entretanto, a administração inteligente e a abnegação de muitos, possibilitou a construção deste novo pavilhão, onde vamos encontrar um conjunto cirúrgico montado sob a exigência da técnica moderna, uma sala de laboratório, rouparia, novas enfermarias, instalações diversas e uma sala reservada para os que possuem fé e têm a felicidade de se encontrar abrigados sob o manto da cristandade: é uma sala reservada para uma capela, que mãos de senhoras bondosas da nossa sociedade brevemente completarão, inspiradas por sentimento de caridade e religiosidade.
Ao inaugurarmos esta construção, é justo que se preste homenagem, por demais merecida, àqueles a quem se deve este grande empreendimento, aos cidadãos que possuem o dom divino, aqueles que são inspirados pelo ideal de servir. O Sr. Dr. Pedro Alves Baraúna, como presidente da Associação Mantenedora do Hospital e Maternidade de Morretes, é um homem que já conquistou a estima e o respeito dos Morretenses, no exercício de sua nobre profissão e no trato dos assuntos que dizem respeito ao progresso de nossa terra e à felicidade do nosso povo. Joaquim Luz de Souza, membro-tesoureiro, tem dispendido boa parte do seu tempo na tarefa preciosa de cooperar nos trabalhos deste hospital. Antonio José Gonçalves Filho é o benemérito de sempre, tornando cada vez mais merecida a placa de bronze que contém o seu nome no pórtico desta casa. Lucília Pires é a enfermeira-chefe diligente e dedicada, sendo sua mocidade inteiramente dedicada aos enfermos, fazendo da sua profissão um sacerdócio. O Dr. Alcídio Bortolin, ora em viagem pelo estrangeiro e aqui representado por seu progenitor, é o profissional competente, é o médico capaz e o diretor diligente, enérgico e previdente. A distinção de que foi alvo recentemente, ao receber o diploma de membro do Colégio Internacional dos Cirurgiões, em congresso realizado em Curitiba neste ano festivo do centenário do Paraná, foi das mais merecidas e encheram de justificado júbilo seus amigos de Morretes. Não poderíamos ser mais felizes, no convite que fizemos três anos atrás, àquele moço que saíra havia pouco dos bancos acadêmicos. Ele possuía, indiscutivelmente, inato o seu talento e tinha bem em mente o juramento de Hipócrates:
“Ao exercer a medicina, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze para sempre a minha vida e a minha arte de boa reputação entre os homens”.
E o Dr. Alcídio Bortolin, verdadeiramente, goza dessa boa reputação.
Finalmente prestamos nossa sincera homenagem ao Exmo. Sr. Dr. Lauro Lopes (aqui representado pelo Dr. Pedro Baraúna), ilustre representante do nosso estado na Câmara dos Deputados, cuja atuação, no Rio de Janeiro, tem sido exercida no sentido de beneficiar o nosso Paraná, e de especial modo as associações de beneficência, através de verbas que, mercê de seu prestígio, coadjuvado pelos ilustres demais representantes paranaenses na Câmara Baixa, têm sido incluídas, a favor do nosso estado, nos orçamentos da União. O nosso hospital e Morretes muito devem a Lauro Lopes, pelo que, merece o nosso fervoroso agradecimento.
Eram estas, meus senhores, as palavras que desejávamos pronunciar nesta solenidade, tradutoras da satisfação que nos vai n’ alma pela conclusão desta obra e pela passagem, hoje, do aniversário de fundação da nossa estremecida terra.
Fazemos ardentes votos de que as altas autoridades e visitantes aqui presentes possam aquilatar o nosso esforço na visita que ora nos fazem, e que continuem a volver suas vistas para este Hospital e Maternidade, amparando-o moral e materialmente, servindo de estímulo aos que, trabalhando nesta casa pela saúde do povo,
querem contribuir para um Brasil mais feliz e mais forte.
Tenho dito


Discurso de Marcos Luiz De Bona durante a inauguração da
Maternidade do Hospital de Morretes
Em 31 de outubro de 1953

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

MEMORIAL DO HMM DR. ALCIDIO BORTOLIM



No último dia 3 foi inaugurado o Memorial do Hospital e Maternidade de Morretes Dr. Alcidio Bortolim. O evento contou com a presença de descendentes de morretenses que conhecem a história do nosso hospital inaugurado no dia 31 de outubro de 1947, depois de anos de luta e muito trabalho de cidadãos dedicados e interessados no bem comum da população da cidade.
A excelente iniciativa do Dr. Dilberto Consentino contou com a colaboração de colegas e amigos e tem por finalidade divulgar a história do hospital. Foi montado num pequeno anexo, onde se encontram vários documentos, entre eles uma relação dos presidentes do hospital, antigamente mantido e dirigido pela Associação do Hospital e Maternidade de Morretes, e num grande painel fotos de todos os médicos que atenderam a população de Morretes ao longo dos anos. 
Ao final da reunião o Diácono Narelvi leu um salmo e abençoou o local e os presentes.
Para fechar o acontecimento saboreamos um delicioso lanche.








quarta-feira, 24 de outubro de 2018

A consciência na hora de votar


Domingo próximo estaremos diante das urnas para elegermos nosso presidente e em alguns estados o governador.
 De repente, bate aquela má vontade, fruto do desânimo com a situação política do país. E o nosso orgulho pela conquista do voto é momentaneamente enfraquecido. Nós nos sentimos impotentes diante de tanta corrupção, que incendeia os blogs, posts e artigos agressivos na mídia." Porém, nesta eleição houve grande mudança no comportamento do eleitor que hoje não segue mais a mídia convencional, ele procura ater-se aos fatos e diferenciar dos fake news. 
Em hipótese alguma, pode o eleitor assumir a condição de sujeito meramente coadjuvante no processo eleitoral, pois sua atuação, longe de ser um simples dever, é de suma importância o direito de participar ativa e diretamente na formação de um governo legítimo e democrático na norma constitucional segundo a qual:
 todo poder emana do povo.
No jogo democrático, todas as partes possuem seus direitos e seus deveres. Qual é a diferença de um voto a mais ou voto a menos, não é mesmo? Pois saiba que cada voto conta e os eleitores não podem fugir de sua grande responsabilidade.
 E depois?
O trabalho do eleitor não acaba depois das eleições. Afinal de contas, as eleições são apenas uma primeira etapa de um longo ciclo, que se repete a cada quatro anos. Após as eleições, você, eleitor, deve assumir o papel de cidadão e acompanhar e fiscalizar o trabalho de seus representantes, especialmente aqueles que ajudou a eleger.
Informar-se constantemente. Hoje em dia, com a internet à disposição, é praticamente impossível ficar alheio às notícias da política. Existe também uma grande quantidade de veículos de comunicação, com orientações editoriais diversas. Você tem a liberdade de escolher se informar pelos veículos que preferir. 
Sucesso na sua votação!

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018





Recebi e por achar verdadeiro e pontual estou publicando o texto abaixo, espero que vocês gostem e se desejarem comentem:
Os verdadeiros problemas do Brasil são:
- Crise econômica
- Desemprego
- Violência
- Saúde
- Educação
- Corrupção

O que discutem nessa eleição:
- Ideologia de gênero
- Machismo
- Racismo
- Feminismo
Entenda de uma vez por todas: o seu voto vai escolher um presidente e não um pai.
Eu preciso que ele resolva os problemas do meu país e não que me ensine valores, isso eu tenho que aprender em casa e na escola.
Não eduque seu filho para respeitar gays, negros, brancos, índios. Eduque seu filho para respeitar o ser humano. Assim você não precisará dar explicações sobre as características ou escolhas de cada um!

Em época de eleição lembrei de algumas  frases e pensamentos sobre política e políticos, algumas hilárias outras bem interessantes:

Estou pensando em criar um vergonhódromo para políticos sem vergonha, que ao verem a chance de chegar ao poder esquecem os compromissos com o povo. Leonel Brizola

Muitas vezes é a falta de caráter que define uma partida. não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos. Nelson Rodrigues

Por que reclamar dos nossos políticos se eles são o reflexo exato do que nós somos? Se você não muda, nada muda! Vinycius Maia

O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado. Albert Einstein


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Clube 7 de setembro


No dia 8 de junho de 1913 um grupo de morretenses reuniu-se pela primeira vez na Sociedade protetora dos operários, com o objetivo de discutir e fundar um clube literário e recreativo na cidade de Morretes.
A segunda reunião deu-se no mesmo local no dia 5 de julho quando foram apresentados e aprovados os estatutos, com a escolha do nome que veio a ser Clube literário e recreativo 7 de setembro.
Em setembro de 1963 os morretenses comemoraram o cinquentenário do Clube 7 de setembro e em sessão solene foi dada posse à diretoria efetiva eleita, seguida de extenso programa como poderão ver abaixo.
PROGRAMA DE FESTEJOS EM MORRETES
Clube L.R. 7 de setembro
- Cinquentenário -
Dia 6 - às 20 h - Desfile de modas(infanto juvenil)
às 22 h - Baile da Valsa (baile dos casados) concurso de valsas
Dia 7 às 9 h - Missa solene na Igreja Matriz
ás 10 h - Visita ao cemitério para homenagear os fundadores, diretores e sócios falecidos
às 11 h - Sessão solene no clube com inauguração da placa comemorativa
às 12 h - Coquetel oferecido pelo clube
às 12:30 - Almoço comemorativo
às 14 h - Início da tarde esportiva
às 22:00 - Abertura do baile oficial
às 23 h - Apresentação das debutantes de 1963
às 24 h - Apresentação do bolo de aniversário
Dia 8 - Baile de Encerramento - oferecido à turma da Bossa Nova - desfile de modas (menina moça e jovem). Entrega de flâmulas, prêmio aos representantes dos jovens ou dos veteranos conferida ao Baile mais animado Havaiano e Valsa
No Clube 7 serão homenageados os três únicos sócios fundadores vivos: João Ghignone, Elpídio Trancoso de Miranda e Euclides Rocha.
Fotos a seguir: Debutantes de 1951, 1955 e 1963
Recital de piano em 1978 e cerimônia de formatura em 1978
Debutantes de 1951
Com o passar dos anos perdemos o nosso querido Clube 7 de setembro; perdemos o piano que tocou tantos boleros, fox, valsas e músicas clássicas, seus quadros/fotografias que enfeitavam as paredes, os livros da biblioteca e todo o mobiliário!
Restou o prédio abandonado e nossas lembranças de uma época tão feliz e não esquecida: os bailes a rigor ao som de maravilhosas orquestras, os animadíssimos carnavais, tardes dançantes, formaturas, recitais e o que mais vocês se lembram?

Debutantes de 1955
Deputantes de 1963
Apresentação do Recital por Marcos De Bona
Pianista Eleonora Cordeiro Consentino

Formatura na Escola Técnica de Comércio - 1958

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Festa de Nossa Senhora do Porto


No próximo dia 8 os morretenses comemoram o dia da padroeira da cidade Nossa Senhora do Porto! 
É com saudades que recordo aquelas festas, as novenas muito concorridas, a missa com belos cânticos, a procissão com os fieis pelas ruas da cidade e ao redor da igreja barraquinhas com bolachas e bolos deliciosos preparados pelas senhoras morretenses e outras prendas que eram leiloadas. Quem cantava o leilão? Marquinhos De Bona.

Desde o tempo que o rio Cubatão, hoje Nhundiaquara, era porto obrigatório de paragem de canoas era  costume dos canoeiros depositarem aos pés da Virgem a sua melhor oração sempre que voltavam da lida.
O raio - tela de Th. De Bona

As graças eram alcançadas, os pedidos atendidos e temos até milagres ocorridos como aquele narrado por um dos filhos da viúva João Malucelli (Bepin) que com um irmão e um primo, foram salvos de um raio, porque oraram com fervor a Nossa Senhora do Porto! Abrigados que estavam de uma chuva impiedosa debaixo de uma bananeira só tiveram tempo de mudar de lugar passando para outra, e eis que uma saraivada de faíscas atingiu o abrigo anterior!  Esse milagre foi retratado por Theodoro De Bona numa tela que recebeu o nome "O raio". 
Tempestade - tela de Th. De Bona
Outro milagre mais empolgante aconteceu com o falecido Júlio Vila Nova e seus filhos Levito e Itália, que elevaram suas preces e foram salvos da fúria do mar após o furacão ter partido o mastro de sua frágil embarcação, quando atravessavam a baia de Paranaguá. O mar, que era bonançoso, num momento tornou-se qual fera indomável. O desolado pai sabia que ia perecer porque a embarcação não permitia a defesa contra as ondas. Cheio de resignação, ele entregou sua sorte e a dos seus estremecidos filhos à proteção da incomparável e milagrosa santa. Daí a momentos o vento amainou, o mar tornou-se qual plácido Nhundiaquara, e eles salvaram-se, para serem testemunhas de tão grandioso milagre.  Este também retratado por Theodoro De Bona nomeado "Tempestade". 
Caros amigos saibamos amar a nossa padroeira! Pautemos nossos atos, a nossa conduta, pedindo sempre a ela que nos guie em nossos empreendimentos e anseios.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A CANA DE AÇÚCAR, por Miruco


Lavoura de cana de açúcar
O ciclo da cana de açúcar no norte do país, isto é, na zona nordestina, gerou idílios e romances, crimes e lendas.
A sua presença - da cana de açúcar - principalmente na Paraíba e Pernambuco foi atuante e ainda se faz sentir, tanto no terreno econômico como no âmbito social tem originado até quistos políticos.
A vida nos canaviais, na igreja e nos concílios de família, tem sido descrita em prosa e verso, transformou-se em grossos volumes, que, honrando a arte de Guttenberg, imortalizaram muitos escritores, haja vista o apreciado e célebre "Menino do engenho" já transposto para o celuloide.
É verdade que esse ciclo evoluiu e a lavoura da cana de açúcar deixou de pertencer ao nordeste; ela tomou o rumo de São Paulo e, posteriormente, adentrou o território paranaense, cujas terras, no setentrião e mesmo no chamado norte pioneiro, se assemelham às daquele importante Estado. 
No litoral do Paraná, também é uma plantação antiga e já ali existe uma usina de álcool e açúcar, sediada em Morretes, município que tem nesta lavoura, um dos esteios de sua sobrevivência.
Lá a lavoura canavieira aglutinou gerações e criou raízes profundas no tempo e no espaço. Basta citar os Malucelli, os Scucatto, os Gnatta, os De Bona, os Dalcuqui, os Polidoro, os Freitas, os Sanson.
Em Antonina labutaram no ramo; Henrique Dutra, Bernardo Moreira, os Túlio e outros. 
A cana de açúcar propaga-se por meio de sementes, porém, em termos de cultura, emprega-se a multiplicação em roças feitas com a própria espécie, mediante o côlmo (caule) correspondente a um gomo, plantado em terreno adequado.
É um vegetal de folhas compridas e ásperas, de casca lisa e dura: a sua difusão exige clima quente e muita umidade. As socas, bem cuidadas, se transformam em novos canaviais, eis que a brota é nativa (natural).
Seu principal produto o açúcar, é alimento indispensável, universal, porque comanda todas as mesas e, por sua vez, fornece a matéria prima necessária à produção do álcool, da aguardente, do melado, da rapadura, etc 
Aguardente
Por falar em rapadura: os mineiros, seguindo costumes tradicionais, fazem da rapadura um sucedânio do açúcar. No mercado de Belo Horizonte a venda do produto representa um caso singular: os molhos da rapadura são expostos em pilhas enormes e ocupam vários metros quadrados dos stands. Como se vê o hábito não se restringe as zonas rurais sendo extensivos aos citadinos.
E voltando ao açúcar: na dietética ele figura como um dos alimentos de maior teor calorífico. No uso caseiro garante a feitura de quitutes, remédios e estimulantes. O caldo de cana, que a gíria batizou como "garapa" é um refrigerante hiper glicose.
Em decorrência do progresso técnico já há algum tempo bagaço da cana vem sendo utilizado na produção do papel, existindo em território paulista a maior fábrica do gênero. 
Roda d'água
Por outro lado, o trabalho mecânico inerente às grandes usinas veio a absorver, quase por completo, a produção das pequenas fábricas, dos modestos engenhos acionados na base da roda d'água, senão com suas moendas puxadas por velhos muares. E, com isso a poesia dos alambiques vai desaparecendo. Contudo, pela uniformidade das touceiras e a predominância das suas folhas verdes, o canavial é uma festa para os olhos, proclama o poder miraculoso da natureza.

Curitiba, dezembro de 1966
MIRUCO

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Os princípios de uma eleição por Olympio Trombini

Olympio Trombini - 1944

Revendo alguns recortes de jornais da coleção do meu pai um deles me chamou atenção - é o programa de governo de Olympio Trombini, prefeito de Morretes (1944-1945).
Como estamos em época de eleição e, principalmente pelo conteúdo dos seus vinte princípios, acho interessante a sua divulgação.

Eis aqui os vinte princípios de Olympio Trombini, - seu programa administrativo e base fundamental da grandeza desta terra, em cuja protecção, neste momento invocamos contrictos, os manes de Rocha Pombo, Rômulo José Pereira e José Gonçalves de Moraes.

Morretenses de boa vontade! Seja também vosso o nosso lemma:

“TUDO PELA GRANDEZA DE MORRETES”

PROGRAMA:

1º Disseminação, sob formas e modalidades diversas, do ensino em geral como base primordial da formação do homem-padrão (...)

2º Abertura de várias artérias rodoviárias, com todos os requintes da technica moderna ligando entre si os centros productores aos centros consumidores.

3º Abertura, em tempo opportuno, das artérias rodoviárias: a) ligando a cidade de Morretes a futurosa Villa de Guaratuba. b) ligando o bairro do Sambaquy ao Morro Alto.

4º Conservação das artérias do Município em perfeito estado (...)

5º Incentivar o desenvolvimento agrícola, facilitando aos interessados, de algum modo os meios de acquisição de sementes (...)

6º Installação da Rede de Água e Esgotos, dentro das posses materiaes do Município.

7º Uma Câmara Municipal composta de homens prôbos e capazes (...)

8º A applicação das rendas municipaes (...) será feita de modo equitativo e justo (...)

9º Toda e qualquer lei, emanada do legislativo municipal e sanccionada pelo Prefeito, só entrará em vigor depois de decorridos trinta dias da sua publicação no Diário Official do Estado.

10º Regimem de ampla publicidade dos balancetes e dos demais actos do Prefeito, especialmente nos que se referirem à arrecadação e applicação dos dinheiros públicos.

11º Auxílio material a “Banda Musical Euterpina”, a fim de que ella não venha a succumbir a míngua de recursos e, antes possa preencher os fins a que se destina.

12º Assistência hospitalar gratuita aos indigentes.

13º Desenvolvimento de um programma que facilite e dissemine conhecimentos, inda que mui rudimentares, de hygiene educacional.

14º Combate sem tréguas às moléstias palúdicas e à ankilostomiase ou “amarelão” (...)

15º Exames veterinários das rezes abatidas nos matadouros (...)

16º Amparo incondicional à lavoura da banana e à indústria da aguardente (...)

17º Incentivar, de harmonia com o Estado, a colonização das terras devolutas ainda existentes neste município.

18º Regimen de rigorosa economia, em se tratando de despesas supérfluas ou prescindíveis, condição essencial para o perfeito equilíbrio orçamentário nos futuros exercícios financeiros (...)

19º Isenção de todos e quaisquer impostos municipaes, pelo prazo de cinco annos, para a firma individual ou empreza collectiva legalmente constituida, que se proponha explorar a indústria cerâmica em geral, no povoado de “Barreiros”, nella empregando um conjunto de machinarios modernos e aperfeiçoados e invertendo nesse emprehendimento um capital nunca inferior a cento e cinqüenta contos de reis.

20º Regimen de honestidade, equidade e justiça, inspirado na phrase do meigo Nazareno: "A Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus”.



quarta-feira, 4 de julho de 2018

O MODELO



Amanhã dia 5 de julho minha tia Orbella Bellinha Brambilla faria 98 anos! 
Falecida em 2014, aos 94 anos, tenho certeza, ela nunca imaginou que viveria tanto!
Sempre ligada as artes começou a desenhar e pintar muito cedo. Gostava de música e literatura e quando ia as compras não dispensava uma visita a Livraria Guignone e também uma parada numa casa de discos.

Quando estava inspirada gostava de escrever e entre seus rascunhos gostei do poema O MODELO, que transcrevo abaixo.



O Modelo


Vem, pose para mim...
O que preciso fazer?
nada...
ficar quieto.

Vem, peço-te...preciso de um modelo.
Sim, quero pintar um Cristo,
deitado... assim,  os braços abertos,
sem cruz, um pé sobre o outro...

Não consegue ficar quieto?
Não, não, prometo... não porei pregos.
Certo? Irá sentir coceiras?
Faz um pouco de sacrifício
Olhe fixo para o teto...
ou prefere posar de são Sebastião?
Não?...também prometo,
não porei lanças.
Não são lanças?...são flechas?
Também não?
e então?...
Um São Sebastião...assim...
apenas a feição...
os olhos voltados para o alto...


Orbella (Bellinha) Brambilla

Curitiba 1976

Telas do acervo de Orbella Brambilla

  



sexta-feira, 15 de junho de 2018

Hinos cívicos

Durante a greve dos caminhoneiros ouvimos em inúmeras ocasiões o Hino Nacional Brasileiro e o Hino à Bandeira que antigamente, nas escolas, eram cantados antes ou durante as aulas. No currículo tínhamos as matérias Música/canto, Educação moral e cívica e sabíamos de cor estes e outros hinos brasileiros! Também ouvimos nossos hinos que invariavelmente nos emocionam, em eventos esportivos e sociais, porém para grande decepção nem todos os presentes conseguem acompanhar a cerimônia, pois desconhecem os seus versos!  Lembrei-me então da carta de *Francisco Manoel da Silva, que em 1838 escreveu ao imperador D. Pedro II, sobre a importância da música nas escolas e nas nossas vidas.

Leiam abaixo a carta de Francisco Manoel da Silva a D. PedroII

*Autor da letra do Hino Nacional Brasileiro




**Dedicatória
SENHOR,

    O desejo de ver a arte, a que me dediquei, elevada no meu paiz aquelle grau de consideração, que as nações ainda as mais incultas lhe tem atribuido, animou-me a publicar este Compendio de Musica, e a dedical-o  a V.M.I. para, se o julgar digno, servir de instrucção aos alumnos do Collegio, que V.M.I. honrou com Sua Protecção. Com a creação da cadeira de Musica do mesmo Imperial Collegio, V.M.I. tirou esta bella Arte do abandono, em que jazia desde 7 de abril de 1831: dando a mais solemne demonstração, de que tendo todo o mundo reconhecido a necessidade de cultival-la, não devia o Brasil por mais tempo ser privado de sua utilidade, e dos meios para o seu desenvolvimento.
    A musica, Senhor entre nós, foi até riscada da cathegoria das Bellas Artes, e praza ao Céo que a Protecção  de V.M.I. a faça resurgir mais bella do que nunca, do estado de anniquilação em que existe, collocando-a no lugar, que lhe a sido destinado pelo mundo inteiro.
    Digne-se portanto V.M.I. acceitar este pequeno tributo do mais desinteresado Patriotismo, e do mais decidido amor pelas Bellas Artes.

           Rio, 1 de Janeiro de 1838

                                            FRANCISCO MANUEL DA SILVA   

** Coleção Recortes de jornais de MLB


quarta-feira, 23 de maio de 2018

Mais uma homenagem...

No ano de 1975 meu pai “seu Marquinhos” recebeu uma homenagem inusitada, que foi publicada no dia 19 de março, nas Entrelinhas da Gazeta do povo.

Marcos discursando em evento na Delegacia da Receita Federal

Todos os anos, no Dia das Mães, os colegas do funcionário público Marcos De Bona, reúnem-se na repartição pra prestar-lhe homenagem. Ele é considerado a “mãe” dos servidores que atuam ao seu lado. Foi a maneira mais carinhosa que eles encontraram para reverenciar o companheiro que é tido como protótipo do bom colega. Viram no gesto uma forma para exaltar os predicados de Marcos: um homem paciente, tolerante, compreensivo e amigo de todas as horas.

Gazeta do Povo - 19/03/75



Marcos na sacada do prédio da DRF


quarta-feira, 9 de maio de 2018

DIA DAS MÃES


Uma homenagem a minha querida mãe Olguinha e a todas as mães amigas do Blog. 
Para Sempre!
Olga Brambilla De Bona

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho. 


Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas' 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Dia do Trabalho


Discurso proferido na Sociedade dos Operários,
em 1º. de maio de 1957.


Mais uma vez se reúnem os sócios da Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários para comemorar o Dia do Trabalhador, o 1º de maio, mundialmente dedicado ao trabalho. É um dos feriados mais significativos, servindo para confraternização da classe obreira, como também para demonstrações de civismo, através de movimentos patrióticos que visam ao engrandecimento da nossa Pátria.
As concentrações realizadas no Campo de São Januário, no Rio de Janeiro, por exemplo, na data de hoje, tornaram-se famosas desde os tempos do inolvidável Presidente Vargas. O nosso atual eminente Presidente, Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, ainda hoje, mais uma vez presidiu a uma extraordinária concentração de trabalhadores, na Capital da República, no mesmo histórico Campo de São Januário.
Pelo que tivemos ensejo de ouvir pelo rádio, tal reunião de todas as entidades de classe constituiu-se uma maravilhosa demonstração de civismo, tendo o orador oficial feito uma comovente demonstração de fé nos destinos do Brasil, afirmando que o braço humano brasileiro estará a serviço do progresso, não só no terreno industrial, como comercial e agrícola, e em todos os sentidos, na paz que se pretende duradoura.
E, se por infelicidade, nossa Pátria for chamada às armas, não por vontade nossa e sim pelas contingências de defesa da terra e da democracia, nossos operários estarão prontos a abandonar as fábricas para empunhar as armas, ou se dedicar de corpo e alma à causa da defesa.
Respondendo, comovido ante a solidariedade do operariado e do povo brasileiro, S. Exa, o Sr. Presidente da República, disse dos propósitos que o animam a batalhar incessantemente pelo bem-estar de toda a gente e a assegurar aos homens do trabalho a sagrada justiça que for devida a todo aquele que seja um cumpridor de seus deveres. Congratulou-se com a enorme massa popular, prosseguindo os festejos com extraordinário entusiasmo.
Também em Morretes, embora não com a pompa da Capital, aqui nos achamos, dentro da benemérita Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários, prestando homenagem, neste grande dia, aos operários Morretenses e nos congratulando com todos aqueles que têm o sentido do trabalho, do trabalho não só material como também espiritual, daqueles que têm suas atenções voltadas para o bem público, daqueles que têm a preocupação de servir ao próximo.
Estou convencido que força divisória alguma, por mais maldosa que seja, conseguirá desunir as mãos que, como símbolo, estão esculpidas na fachada desta casa. A união faz a força e eis que membros da diretoria e associados da Sociedade dos Operários de Morretes continuam e continuarão sempre unidos nas comemorações desta data magna, em que todos sentem a satisfação em manifestar o seu contentamento, a sua amizade, o seu desejo de contribuir para o bem geral.
Meus caros consócios!
Embora sendo 20 de dezembro a data da fundação da nossa sociedade, em atenção ao dia 1º. de maio, ficou, há muitos anos, estabelecido este dia para a prestação de contas.e tomada de posse da nova diretoria.
Quero nesta oportunidade prestar minha homenagem aos que fundaram esta tradicional agremiação, no distante ano de 1896. A esses vultos eminentes a nossa perene gratidão por terem dotado Morretes de tão esplêndida sociedade, para unir a classe operária e toda a família de nossa terra.
Por fim, nossa homenagem sincera aos sócios beneméritos, pessoas que, mercê de relevantes serviços ou por terem contribuído por longos anos ininterruptamente, para o bem da sociedade, fizeram jus a essa distinção.
Finalmente, faço um pequeno comentário sobre a situação financeira atual.
Agradeço em nome dos presentes os bons e reais serviços prestados pelo Presidente que hoje deixa o cargo, Sr. Loury Alpendre, ao Sr. José Pereira, Presidente do Conselho, e demais companheiros de diretoria, todos esforçados e dedicados, e comunico que a nova diretoria tudo fará com o Sr. José Porcides à frente, como Presidente, e o Sr. Miguel Chimure, como Presidente do Conselho, tudo fará, repito, pelo engrandecimento da Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários de Morretes, correspondendo assim à confiança que em nós depositaram.
Tenho dito.

Sociedade dos operários em dia de festa


* A sociedade Beneficente Recreativa dos Operários de Morretes foi fundada em 1896. Este discurso e mais os nomes dos seus fundadores e presidentes encontra-se no livro TENHO DITO, pagina 119.