quarta-feira, 23 de maio de 2018

Mais uma homenagem...

No ano de 1975 meu pai “seu Marquinhos” recebeu uma homenagem inusitada, que foi publicada no dia 19 de março, nas Entrelinhas da Gazeta do povo.

Marcos discursando em evento na Delegacia da Receita Federal

Todos os anos, no Dia das Mães, os colegas do funcionário público Marcos De Bona, reúnem-se na repartição pra prestar-lhe homenagem. Ele é considerado a “mãe” dos servidores que atuam ao seu lado. Foi a maneira mais carinhosa que eles encontraram para reverenciar o companheiro que é tido como protótipo do bom colega. Viram no gesto uma forma para exaltar os predicados de Marcos: um homem paciente, tolerante, compreensivo e amigo de todas as horas.

Gazeta do Povo - 19/03/75



Marcos na sacada do prédio da DRF


quarta-feira, 9 de maio de 2018

DIA DAS MÃES


Uma homenagem a minha querida mãe Olguinha e a todas as mães amigas do Blog. 
Para Sempre!
Olga Brambilla De Bona

Por que Deus permite 
que as mães vão-se embora? 
Mãe não tem limite, 
é tempo sem hora, 
luz que não apaga 
quando sopra o vento 
e chuva desaba, 
veludo escondido 
na pele enrugada, 
água pura, ar puro, 
puro pensamento. 
Morrer acontece 
com o que é breve e passa 
sem deixar vestígio. 
Mãe, na sua graça, 
é eternidade. 
Por que Deus se lembra 
— mistério profundo — 
de tirá-la um dia? 
Fosse eu Rei do Mundo, 
baixava uma lei: 
Mãe não morre nunca, 
mãe ficará sempre 
junto de seu filho 
e ele, velho embora, 
será pequenino 
feito grão de milho. 


Carlos Drummond de Andrade, in 'Lição de Coisas' 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Dia do Trabalho


Discurso proferido na Sociedade dos Operários,
em 1º. de maio de 1957.


Mais uma vez se reúnem os sócios da Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários para comemorar o Dia do Trabalhador, o 1º de maio, mundialmente dedicado ao trabalho. É um dos feriados mais significativos, servindo para confraternização da classe obreira, como também para demonstrações de civismo, através de movimentos patrióticos que visam ao engrandecimento da nossa Pátria.
As concentrações realizadas no Campo de São Januário, no Rio de Janeiro, por exemplo, na data de hoje, tornaram-se famosas desde os tempos do inolvidável Presidente Vargas. O nosso atual eminente Presidente, Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, ainda hoje, mais uma vez presidiu a uma extraordinária concentração de trabalhadores, na Capital da República, no mesmo histórico Campo de São Januário.
Pelo que tivemos ensejo de ouvir pelo rádio, tal reunião de todas as entidades de classe constituiu-se uma maravilhosa demonstração de civismo, tendo o orador oficial feito uma comovente demonstração de fé nos destinos do Brasil, afirmando que o braço humano brasileiro estará a serviço do progresso, não só no terreno industrial, como comercial e agrícola, e em todos os sentidos, na paz que se pretende duradoura.
E, se por infelicidade, nossa Pátria for chamada às armas, não por vontade nossa e sim pelas contingências de defesa da terra e da democracia, nossos operários estarão prontos a abandonar as fábricas para empunhar as armas, ou se dedicar de corpo e alma à causa da defesa.
Respondendo, comovido ante a solidariedade do operariado e do povo brasileiro, S. Exa, o Sr. Presidente da República, disse dos propósitos que o animam a batalhar incessantemente pelo bem-estar de toda a gente e a assegurar aos homens do trabalho a sagrada justiça que for devida a todo aquele que seja um cumpridor de seus deveres. Congratulou-se com a enorme massa popular, prosseguindo os festejos com extraordinário entusiasmo.
Também em Morretes, embora não com a pompa da Capital, aqui nos achamos, dentro da benemérita Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários, prestando homenagem, neste grande dia, aos operários Morretenses e nos congratulando com todos aqueles que têm o sentido do trabalho, do trabalho não só material como também espiritual, daqueles que têm suas atenções voltadas para o bem público, daqueles que têm a preocupação de servir ao próximo.
Estou convencido que força divisória alguma, por mais maldosa que seja, conseguirá desunir as mãos que, como símbolo, estão esculpidas na fachada desta casa. A união faz a força e eis que membros da diretoria e associados da Sociedade dos Operários de Morretes continuam e continuarão sempre unidos nas comemorações desta data magna, em que todos sentem a satisfação em manifestar o seu contentamento, a sua amizade, o seu desejo de contribuir para o bem geral.
Meus caros consócios!
Embora sendo 20 de dezembro a data da fundação da nossa sociedade, em atenção ao dia 1º. de maio, ficou, há muitos anos, estabelecido este dia para a prestação de contas.e tomada de posse da nova diretoria.
Quero nesta oportunidade prestar minha homenagem aos que fundaram esta tradicional agremiação, no distante ano de 1896. A esses vultos eminentes a nossa perene gratidão por terem dotado Morretes de tão esplêndida sociedade, para unir a classe operária e toda a família de nossa terra.
Por fim, nossa homenagem sincera aos sócios beneméritos, pessoas que, mercê de relevantes serviços ou por terem contribuído por longos anos ininterruptamente, para o bem da sociedade, fizeram jus a essa distinção.
Finalmente, faço um pequeno comentário sobre a situação financeira atual.
Agradeço em nome dos presentes os bons e reais serviços prestados pelo Presidente que hoje deixa o cargo, Sr. Loury Alpendre, ao Sr. José Pereira, Presidente do Conselho, e demais companheiros de diretoria, todos esforçados e dedicados, e comunico que a nova diretoria tudo fará com o Sr. José Porcides à frente, como Presidente, e o Sr. Miguel Chimure, como Presidente do Conselho, tudo fará, repito, pelo engrandecimento da Sociedade Beneficente Recreativa dos Operários de Morretes, correspondendo assim à confiança que em nós depositaram.
Tenho dito.

Sociedade dos operários em dia de festa


* A sociedade Beneficente Recreativa dos Operários de Morretes foi fundada em 1896. Este discurso e mais os nomes dos seus fundadores e presidentes encontra-se no livro TENHO DITO, pagina 119.