segunda-feira, 20 de junho de 2011

Erupção vulcânica em Morretes!?*




Complexo do Marumbi

  No dia 21 de agosto de 1879, bem antes da inauguração da ferrovia Paranaguá Curitiba, o Pico do Marumbi com 1547 metros, foi escalado pela primeira vez por Joaquim Olympio de Miranda, Bento Manoel de Leão, Antônio Silva e Antônio Messias.
Em maio de 1902 um grupo de amigos partiu de Morretes com o propósito de escalar a montanha, o que foi realizado com sucesso e para comprovarem o feito os intrépidos marumbinistas resolveram atear fogo na mata. O fogaréu foi visto pelos moradores de Paranaguá, Antonina e Morretes levando pânico às populações, pois pensavam tratar-se de um vulcão em erupção!
Esta façanha foi contada pelo Sr. Olympio Trombini, que participou da expedição, e transmitida pelo neto o Sr. Italo Trombini, ao reporter e pesquisador Henrique Schmidlin, o "Vitamina" em 1979, ano do centenário da primeira escalada. O reporter teve ensejo de apreciar uma fotografia da ocasião, na qual estão impressos os seguintes dizeres: Foi esta expedição que em maio de 1902 deitou fogo à macega, na serra do Marumbi, o que ocasionou o povo a supor um vulcão, e em Paranaguá entoar TE DEUM por esse motivo.
O chefe da equipe foi obrigado a publicar no jornal A REPÚBLICA uma nota de esclarecimento e assumido a responsabilidade do “causo”.

Em pé, da esquerda para a direita: Emílio Grotti, Alexandre José Soares Taveira, Bernardo D'Oliveira Bittencourt, Olympio Trombini, João Gobbo (timoneiro), Ewaldo Frederico Pettersen, Emílio Dalla Stela.
Sentados: Antônio Orreda, Vicente Luiz de Oliveira, Manoel Antônio dos Santos, Doro Cauduro.
Deitado : José Nogueira (chefe).
Estes os expedicionários da ascensão no ano de 1902, pela face norte.
* Publicado no jornal O Estado do Paraná, em 19 de agosto de 1979

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Casa cinco irmãos

A inauguração de uma construção nova em Morretes é coisa a que poucos estão acostumados, porque nossa terra passou por um longo período estacionário, após ter sido ao tempo do Império uma das mais florescentes cidades do Paraná, para em seguida ser uma cidade histórica, cheia de tradições e sempre louvada por ser berço de homens ilustres nas letras e nas artes.

Hoje: Armazem do Sidney
Na época atual, felizmente Morretes retoma o ritmo do progresso e, assim sendo, muitas e a muitas inaugurações como esta, se Deus quiser, haveremos de assistir, para a grande satisfação dos filhos deste rincão, que ao menor acontecimento relacionado com sua vida econômica ou social, religiosa ou política se agitam jubilosos, ávidos de expansões de fraternidade e cooperação.
Esta inauguração é, portanto, um desses acontecimentos a que nos referimos, reunindo aqui neste novo estabelecimento comercial um grande número de Morretenses, que fizeram questão de, com sua presença, testemunhar aos proprietários sua admiração pela jornada que concluíram.
O amigo Benedito Antunes de Oliveira construiu este belo prédio e montou esta aprimorada loja, não com o dinheiro herdado de parentes ricos falecidos, nem com o resultado de negócios fáceis dos quais usufruíssem os tão em moda “lucros extraordinários”. Montou esta loja com o seu esforço pessoal, o seu desejo de vencer. Perseverança, tino, e ainda com a satisfação de dotar a nossa cidade de um estabelecimento moderno, apresentável em nossa principal artéria. Aliou-se a esses elementos a ajuda de D. Madalena Malucelli Antunes de Oliveira, que por ser forte soube repartir, nos momentos difíceis as suas obrigações de dona de casa, de mãe, e de esposa de comerciante, que é uma profissão bastante difícil, para os que sabem honrar os compromissos assumidos. Houve, por fim, o trabalho incansável por domingos e dias feriados, por madrugadas e noites, dos jovens filhos do casal.
Esta casa se chamará Cinco Irmãos, porque reúne a mocidade radiosa de cinco moços Morretenses. Rendemos, pois, nossas homenagens a Orleans, Orlete, Orley, Sidney e Osmar Antunes de Oliveira, fazendo ardentes votos para que todos gozem saúde e harmonia e continuem trabalhando com o mesmo entusiasmo, garantindo a prosperidade e a felicidade da firma e da família do nosso muito prezado amigo Benedito Antunes de Oliveira.

Tenho dito.


Discurso proferido durante a inauguração da
“Casa Cinco Irmãos”, de Benedito Antunes de Oliveira,
em junho de 1946