quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Ponte metálica de Morretes

PROBLEMA DE URGENTE SOLUÇÃO*


A SITUAÇÃO PRECÁRIA DA PONTE METÁLICA DE MORRETES ESTÁ PREJUDICANDO ACENTUADAMENTE AQUELE MUNICÍPIO.


Sobre o poético e histórico rio Nhundiaquara, na cidade de Morretes, foi em 1912 construída uma ponte metálica verdadeira obra prima e de custo elevado. Desde aqueles saudosos tempos os pequenos reparos de conservação e pintura vêm sendo feitos pela Prefeitura local, às vezes até com sacrifício em razão dos poucos recursos orçamentários daquele município.

A ponte em questão faz a ligação da cidade com o porto fluvial de Barreiros, por onde é feita a exportação de banana do município, quando há escassez de vagões. Serve ainda à riquíssima zona de Barro Branco e Sapitanduva de onde vêm 80% da lenha que abastece não só a indústria, como também a própria Estrada de Ferro que vem lutando com a falta de combustível.
A ponte ainda serve para rápida ligação com a cidade de Antonina por onde é feito um regular intercâmbio comercial, pois atravessando a ponte e seguindo a estrada pela Figueira de Braço, a distância entre uma e outra cidade é apenas de 15 quilômetros, ao passo que seguindo pela Graciosa – via São João a distância se prolonga para 38 quilômetros, o que contribui para encarecer os produtos de troca entre os dois municípios.

A centenária ponte metálica vista do 
Restaurante Ponte Velha



A ponte ainda serve para rápida ligação com a cidade de Antonina por onde é feito um regular intercâmbio comercial, pois atravessando a ponte e seguindo a estrada pela Figueira de Braço, a distância entre uma e outra cidade é apenas de 15 quilômetros, ao passo que seguindo pela Graciosa – via São João a distância se prolonga para 38 quilômetros, o que contribui para encarecer os produtos de troca entre os dois municípios.
Dada a antiga construção e o tempo decorrido a ponte não mais resiste aos seus fins e por este motivo foi interditada pelas autoridades competentes, deixando as regiões acima referidas completamente isoladas da sede do município. Os moradores de Sapitanduva não fazem mais extração de lenha, os de Barro Branco estão abandonando as suas terras, o mesmo sucedendo com a rica e progressiva região de Barreiros, cujo porto fluvial que tantos e assinalados serviços já prestou a comunidade volta ao abandono o que é muito natural.
A usina de álcool e açúcar que vem sendo instalada em Morretes também está prejudicada em seus trabalhos, uma vez que não pode transportar o seu pesado material por falta de segurança da ponte. É de notar que a falta daquela ponte já se está fazendo sentir na economia do rico município, porque os seus produtos não podem escoar por Barreiros, a Fábrica de Papel já tem deixado de trabalhar por falta de jasmim e de lenha, cujos maléficos efeitos se fazem sentir. Ainda na Estrada de Ferro, que também não tem lenha naquela zona para movimentar seus trens.
A pedido do povo, lavoura e indústria de Morretes, fazemos um apelo a quem de direito para que seja reconstruída a referida ponte metálica, para que sobre ela continue sendo feito o transporte da imensa riqueza que está ao abandono do outro lado do rio por falta de transporte, provocando o desânimo que já vem dominando aquele laborioso povo(...).




Para que Morretes acompanhe o progresso imposto pela época em que vivemos e para que possa realizar planos de urbanismo para a valorização de suas terras e propriedades particulares é necessário que promova estudos sobre a elevação de suas rendas(...).
Nenhum só habitante se negará a cooperar para a elevação das rendas municipais, porque é sabido que o produto tem sempre aplicação local e de interesse para a região beneficiada. Tratemos primeiramente e com urgência a reparação da ponte e depois voltemos vistas para a melhoria orçamentária dentro das normas do justo e equitativo.



* Recorte de jornal de 1944