Papai Noel, fizestes muito mal...
Indiferente a mim e ao meu anseio,
alheio a tudo o que era meu,
alheio até às ilusões do meu natal.
Passastes longe, austero e tão cruel,
que eu, vazio de sonho e de desejo,
agora clamo, grito e choro e vejo
que não és mais o meu Papai Noel...
Meu bom velhinho, escuta-me: eu agora,
sou moço, fiquei outro e, em meu juizo,
não quero flauta, nem tambor, nem guizo,
somente o amor que eu sentia outrora.
O amor! O amor! Traze-mo se puderes.
Ele existe, ele vive, sinto-o no ar
que respiro, na luz, na voz, no olhar
da mais encantadora das mulheres...
E se tu m'a trouxeres ao meu lado
porei, Papai Noel, sobre o fogão
além do meu sapato, o coração...
- Eu sou um menino grande apaixonado!
Poesia de Arlindo de Castro,
escrita em 1956.
Apresentação do coral do Instituto Mirtillo Trombini em Morretes |
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