A
FESTA DE SÃO JOÃO EM MORRETES
Foi dos portugueses que recebemos a tradição de festejar São
João. A festa, de caráter universal, assumiu nas terras brasileiras, aspectos
nitidamente locais, embora no tocante às adivinhações que a noite propicia, persistam
elas tal qual foram introduzidas.
Em nossa Morretes, a
menos de oito quilômetros do centro da
cidade, encontra-se a localidade de Ponte Alta. O lugar é aprazível,
embora o terreno seja bastante acidentado. As habitações situam-se no topo de
pequenas elevações cortadas por regatos. A dois passos de um dos regatos
encontra-se a igrejinha, antes de madeira, agora de alvenaria, graças aos
esforços dos devotos, e junto a ela, instalações que permitem uma maior
comodidade para os participantes da festa que, em todos os anos ali se realizam
em louvor a São João.
A festa de São João na Ponte Alta, que se reveste das
características locais a que nos referimos acima, processa-se do seguinte modo:
precedida de novenas que vão do dia 14 até o dia 22 de junho, a festa
realiza-se no dia 23. Inicia-se por volta das 20 horas. Um dos administradores
da Igreja acende uma grande fogueira e constrói uma barraquinha para a venda da
bebida chamada quentão juntamente com outros alimentos tipicamente juninos como
cará, melado, pinhão etc. Um mastro de mais ou menos seis metros de altura é
erguido, todo enfeitado de flores, no cimo do qual é colocado o retrato de São
João. O ponto culminante da cerimônia religiosa é a saída da procissão com a
imagem do Santo, levada em um andor e que se realiza à meia-noite. Até essa
hora reza-se o terço na capela e faz-se o leilão de prendas sob o espocar de
fogos de artifício. A trajetória da procissão vai da capela até um dos inúmeros
regatos existentes no lugar. Os fiéis, além do andor com a imagem do Santo,
levam também velas acesas e uma pequena bacia esmaltada. No lugar já
convencionado para a cerimônia, enche-se a pequena bacia com água da fonte. Um
dos fiéis tira a imagem do andor, coloca-a por cima da bacia e faz, por várias
vezes, um movimento em forma de cruz enquanto vai rezando. Outros, que seguiram
a procissão munidos de caneca ou outra vasilha, enchem-na com água da bacia e
tomam-na, pois acreditam no seu poder curativo. Outros umedecem com ela as
partes do corpo que estejam, chagadas ou doentes. A operação de encher a bacia
e benzer a água é repetida até que todos os que desejem sirvam-se dela. Em
seguida a procissão retorna à capela, onde mais algumas cerimônias são
realizadas. Encerrada a parte religiosa tem início um baile que só termina ao
amanhecer. Depois de extinta a fogueira, o carvão que sobra é recolhido, pois
há a crença de que em casa, aquele carvão não só é uma garantia de fartura como
também tem a virtude de acalmar tormentas.
Parabéns por tão rica postagem... é bom saber estes detalhes, só aumenta noss sabedoria.
ResponderExcluirLigia
ResponderExcluirSe vc for e tiver uma vaga tô dentro. Eu adoro esse tipo de festa me faz lembrar de Guaratuba....... quando ia a família inteira. Uma beleza.
Jucil
Lígia:
ResponderExcluirParabéns. A apresentação no teu blog ficou ótima. Acho que nós dois formamos uma boa parceria literária. Gostei da expressão primo que você usou referindo-se a mim. Fique descansada com relação a postá-la.Tem acento.