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A postagem sobre Librando, o ascendedor de lampiões em Morretes, despertou muita curiosidade sobre o aparecimento da luz elétrica na minha cidade natal. Quando os morretenses "aposentaram" os lampiões? Como era a "vida noturna" dos cidadãos?
Fui em busca de algumas respostas com o Professor Nazir, que procurou outras fontes, obteve preciosas informações e atendendo minha solicitação preparou este relato sobre o assunto.
Lígia:
A postagem sobre Librando, o ascendedor de lampiões em Morretes, despertou muita curiosidade sobre o aparecimento da luz elétrica na minha cidade natal. Quando os morretenses "aposentaram" os lampiões? Como era a "vida noturna" dos cidadãos?
Fui em busca de algumas respostas com o Professor Nazir, que procurou outras fontes, obteve preciosas informações e atendendo minha solicitação preparou este relato sobre o assunto.
Lígia:
A história da luz elétrica em Morretes deve ter começado ou no final do século 19 ou nas primeiras décadas do século XX. Na terceira década, eu estava no primário (1935/1939) e me lembro bem, a luz elétrica já era a do Malucelli e funcionava assim: a geração era dupla, isto é, um dínamo (ou gerador) recebia, para ser movimentado, a energia de uma roda dágua e paralelamente de um locomóvel, - máquina a vapor alimentada a lenha. A luz só era fornecida de noite. Quando começava a escurecer era ligada a luz da roda. Fraquinha, fraquinha. Meia hora depois a luz passava a ser gerada pelo locomóvel e melhorava bastante embora, não tivesse a qualidade que seria desejável. A luz gerada pelo locomóvel só ia até às 23 horas, passando, após esse horário novamente para a roda e assim, fraquinha, prosseguia pelo resto da noite. A voltagem era 220. Os aparelhos que consumiam eletricidade (ferro elétrico principalmente) eram proibidos pois eles significavam sobrecarga que poderia queimar o dínamo. Um estratagema usado por alguns consumidores era usar lâmpadas de 110 volts quando a luz era a fraquinha. Ela ficava muito forte, superava mesmo a luz do locomóvel. Mas sobrecarregava o dínamo e isso constituía mais uma dor de cabeça para os administradores.
A luz do Malucelli perdurou até o segundo mandato do Lupion. Então no governo Munhoz da Rocha, já sob a responsabilidade da Copel, foram adquiridos 3 motores diesel e montados com geradores elétricos ali na rua General Carneiro onde se situam hoje as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social.
Em 1961, já no primeiro mandato do Sr. Ney Braga, não só Morretes como Paranaguá e Antonina passaram a receber energia hidroelétrica da Usina de Marumbi. Anos mais tarde depois de entrar em funcionamento a Usina de Foz do Areia, todas as cidades entraram no sistema integrado de energia elétrica.
Aí está Lígia! A história “meio por cima”. Foi o que consegui apurar. Mas quando menos se espera podem surgir informações revelando detalhes. Como as que me foram fornecidas pelo Sr. Romeu Biscoto.
Um abraço do
Oi Ligia !!!!
ResponderExcluirValeu... está ótima a postagem.
Bjs
Zelinda
Muito interessante, Ligia,
ResponderExcluirsempre é bom saber um pouco da história...
Bj
Marina