Tinha Librando, pela Intendência, incumbência de colocar querozene e acender os lampiões das ruas, um em cada esquina, tipo candelabro, presos a um braço de ferro. Escada ao ombro, vasilhame com alça provido de querozene, saquinho com torcidas de arriagem, archote aceso, cantando, dando boa noite a todos que passavam com esta expressão tão amável da gente boa "Deus vos de boa noite e Nossa Senhora do Porto o abençoe". Gente da nossa gente que nasceu para o bem.
Como Librando, em Morretes, outros acendedores em outras cidades do nosso Brasil antigo, exerceram esse ofício durantes muitos anos, até o surgimento da luz elétrica.
O poema de Jorge Matheus de Lima mostra a importância da profissão daqueles homens da época, comparados, simbolicamente, aos profissionais de hoje da área de energia.
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!
Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.
Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.
Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua
Ligia :
ResponderExcluirFiquei pensando no Librando, que figura ...
Resolvi escrever e sentir a diferença do ontem e do hoje...
Com carinho Zelinda.
Ligia !!
Fiquei pensando comigo mesma….
Será que o Librando tinha carteira assinada?
Será que o Librando recebia uniforme completo para trabalhar?
Será que o Librando tinha vale refeição?
Será que o librando ganhava cesta básica?
Será que o Librando ganhava, Bolsa Familia, gaz, Luz de baixa renda?
Será que o Librando tinha 13º Salario e Férias?
Será que o Librando, Sábados e Domingos e Feriados recebia, horas extras?
O Librando ganhava muito mais que tudo isso, era amado e querido por todos, iluminava por onde passava, e deixou esse rasto de LUZ nesta postagem para que nós pudéssemos conhecer a sua história.
Ligia, me liguei no seu blog, muito legal.
ResponderExcluirEsta historia real não conhecia.
Só a historia do lampião e Maria Bonita...
Abçs DILBERTO