O Paraná tem alguns aspectos paradoxais. Morretes por
exemplo, é a antítese de Umuarama. Este novo município com apenas 4 anos de
idade, tem 80.000 pessoas, 6.000 eleitores e cresce de uma forma espantosa.
Morretes tem séculos e todos os dias morre um pouco de sua esperança de
tornar-se uma comuna que não viva, apenas, do passado e de sua tradição.
Morretes, porem, vai ter luz elétrica fornecida de forma
como jamais pensou ter, ou seja, graças ao sistema hidroelétrico que passara a
constituir-se num fator novo para o atendimento do desejo dos morretenses que
pretendem um pouco mais de progresso.
Trata-se de uma das primeiras obras do governo Ney Braga, ou
melhor dizendo de uma etapa de trabalho que se concluíra em outubro, quando não
só Morretes, como todo o litoral do Paraná vai ficar livre do sistema de fornecimento
da energia elétrica por meio dos geradores diesel tão arcaicos quanto
obsoletos, anacrônicos e onerosos.
O velho município de Morretes vai assistir hoje a este
acontecimento que espantará um pouco a modorra de sua vida pacata, ou seja, a
inauguração pelo governador do Estado da extensão da linha de transmissão da
Usina do Marumby que lhe proporcionará energia proveniente do aproveitamento hidroelétrico.
Em poucos meses de administração foi possível este fato, que é um episódio novo
na história velha de um antigo município esquecido do litoral paranaense.
Publicado em 1961 em um jornal da capital.
Da coleção de recortes de jornais de MLB
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