quarta-feira, 30 de abril de 2014

CENTENÁRIO DE MARCOS LUIZ DE BONA - PARTE 3

No início do século passado os meios de comunicação eram escassos, as notícias chegavam a nós através do rádio, revistas, jornais e da televisão, inaugurada no Brasil no dia 18 de setembro de 1950. Hoje, passados 64 anos, dispomos de uma imensidão de recursos para acompanhar os noticiários do mundo inteiro.

Meu pai que desde jovem, participou efetivamente dos acontecimentos da nossa cidade tinha o hábito de recortar e colar em cadernos as publicações sobre Morretes e morretenses. Reuniu milhares de recortes de jornais ao longo da vida, que deram origem a 6 álbuns, fonte de informações preciosas sobre acontecimentos ocorridos em nossa cidade.









quarta-feira, 16 de abril de 2014

CENTENÁRIO DE MARCOS LUIZ DE BONA - PARTE 2

O ideal de servir*
 


Onde com mais intensidade vivemos quando possuídos do ideal de servir? Nas grandes cidades ou nos lugares pequenos, geralmente pobres?
Eis uma pergunta que não é difícil responder, visto que nas cidades pequenas – é evidente – mais se faz necessária a assistência ao próximo e mesmo a mútua assistência.
Dirão outros que nos grandes centros afluem necessitados de todas as regiões, com penoso acesso e permanência, a procura de alimentos, medicamentos e trabalho, fugindo de situações desfavoráveis, muitas vezes insuportáveis, ingressando em sua maioria em bairros pobres, outros concorrendo para a formação de míseras favelas, que se tornam campo propício à aplicação da assistência social, quando da iniciativa do governo, e do desvelo de piedosas senhoras, ou de sociedades beneficentes, quando da iniciativa particular.
Todavia, não há nessa atividade meritória nas grandes cidades, o reconhecimento pessoal. Trata-se de amparar não a pessoa ou a família, mas sim o grupo, num sentido mais coletivo. Entram os recursos do Estado, dando a impressão aos que são possuídos desses dotes coracionais de que aos poderes públicos cabe a obrigação total de proteção.
Já nos sítios, nos lugarejos, nas cidades pequenas o sentimento cristão de caridade se faz sentir em toda plenitude, através de uma ação desinteressada, dando tudo de si, sofrendo pelos outros, desenvolvendo uma atividade piedosa, no anonimato. Penetrando nos lares, conhecendo os problemas pessoais, vivendo com os que são infelizes Os corações bondosos terão um dia deixar de bater, mas tranqüilos pela satisfação do dever cumprido.
Mas não é só com o que diz respeito à pobreza ou à doença que se exercita o ideal de servir. Por quantas outras razões e em quantas outras oportunidades se manifestam o sentimento da bondade. do altruísmo? Poderia ser um ideal servir até como criado, se bons os patrões; servir em vários sentidos a amigos; utilizar-se da sabedoria para ensinar; do amor, para amar; valer-se da capacidade de curar, para minorar os sofrimentos físicos; buscar forças da razão para amparar moralmente; julgar, fazendo justiça. Finalmente, a conquista suprema do ideal de servir – consagrar-se aos serviços de Deus, da Pátria e da Família.
*Artigo escrito por M.L.De Bona
Publicado no O Infalível, de Morretes e no
O Antoninense, em 1968


quarta-feira, 2 de abril de 2014

CENTENÁRIO DE MARCOS LUIZ DE BONA





Marcos Luiz De Bona nasceu em Morretes, no dia 29 de abril de 1914. Seus pais, Antônio De Bona e Cezira Bertazoni, vieram da Itália no final do século XIX, se fixaram em Morretes e aqui tiveram os  filhos: Santos, Tereza, Theodoro, Maria Palmira, Antônio e Marcos que nasceram e cresceram na Estrada do Anhaia, na casa retratada pelo meu tio Theodoro.


Iniciou seus estudos sob orientação de grandes pioneiras do magistério morretense: Professoras Maria Rosa Rocha Pombo Loires (irmã do historiador Rocha Pombo), Anita Rocha e Maria Luiza Merkle.

Aos 18 anos de idade já participava da vida intelectual da cidade. Com muita facilidade para discursar e escrever foi colaborador dos jornais Morretes Esportivo e Eco Morretense. De 1934 a 1959 foi decano dos correspondentes do Diário da Tarde, Estado do Paraná e Gazeta do Povo.

Em julho de 1938 casou com Olga Brambilla e teve três filhos: Ligia, Marcos Luiz (falecido) e Eliane.


Em 1945, ao findar a Segunda Guerra, foi o orador oficial na homenagem prestada aos morretenses, ex-pracinhas da Força Expedicionária Brasileira que voltavam da Itália.

Sempre ligado aos interesses da coletividade participou da criação do Ginásio Municipal Rocha Pombo, do Hospital e Maternidade de Morretes, da Escola Técnica de Morretes, da OPALA – Operação Paraná na Luta contra o Analfabetismo e do Centro Morretense, em Curitiba. 

Nascido de família católica nunca se distanciou da religião dos seus pais, e era colaborador incansável das festas e campanhas em favor da igreja, seja na paróquia de Morretes, seja nas capelas dos diversos sítios da cidade.

Eleito para o cargo de Vereador, pela primeira vez em 3 de outubro de 1955, teve gestão atuante entre seus pares e participou de outras legislaturas.

Como funcionário público foi Escrivão, Coletor Federal e nos últimos anos da sua vida ocupou o cargo de Controlador da Arrecadação Federal, hoje extinto e unificado a carreira de Auditor Fiscal do Tesouro Nacional.

No que diz respeito à sua vida entre os colegas da Receita Federal era um líder nato na procura de melhorias para a classe.

Formou-se Contador pela Academia Paranaense de Comércio, e em 1968, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba.

Mesmo residindo em Curitiba continuou se interessando pelas coisas de Morretes, pelas pesquisas históricas, que era muito do seu gosto e que justificou o seu ingresso como sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná.

Desde jovem colecionou notícias da nossa cidade, publicadas em jornais, que deram origem a 6 álbuns de recortes sendo o primeiro de 1898.

No dia 31 de outubro de 1977, quando já residia em Curitiba, foi-lhe concedido o título de Cidadão Benemérito de Morretes. Nessa ocasião em que discursou emocionado e agradecido, fez um retrospecto de suas atividades em Morretes.


Faleceu aos 68 anos de idade, na cidade de Curitiba, no dia 15 de junho de 1982. Seu corpo foi sepultado no Cemitério Santa Esperança em Morretes.


Em 6 de setembro do mesmo ano a Câmara Municipal de Morretes aprovou e o seu Prefeito Marcy Alves Pinto sancionou a Lei nº 787, que denominou de Marcos Luiz De Bona a rua que também é conhecida como Estrada do Anhaia, local do seu nascimento.

* 29/04/1914
+ 15/06/1982