sábado, 31 de dezembro de 2011

Viver

É aproveitar cada minuto de tempo,
para que o vento não o dissipe.
 
É andar pela rua, sentar na calçada,
andar sozinho, andar de mãos dadas.
 
É ouvir uma música e sonhar,
acertar o tom e cantar.
                
É olhar o infinito, ultrapassar os limites
e ver o bonito do que existe.

É falar pelo mudo, ouvir pelo surdo,
enxergar pelo cego, crer pelo descrente.
                   
É amar o ser humano assim como ele é.
seja Maria, Pedro, Teresa ou José.
                  
É abraçar o povo, orar por todos
e lutar por um mundo novo.


                                            Nice Ewald

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Papai Noel

Papai Noel, fizestes muito mal...
Indiferente a mim e ao meu anseio,
alheio a tudo o que era meu,
alheio até às ilusões do meu natal.

Passastes longe, austero e tão cruel,
que eu, vazio de sonho e de desejo,
agora clamo, grito e choro e vejo
que não és mais o meu Papai Noel...

Meu bom velhinho, escuta-me: eu agora,
sou moço, fiquei outro e, em meu juizo,
não quero flauta, nem tambor, nem guizo,
somente o amor que eu sentia outrora.

O amor! O amor! Traze-mo se puderes.
Ele existe, ele  vive, sinto-o no ar
que respiro, na luz, na voz, no olhar
da mais encantadora das mulheres...

E se tu m'a trouxeres ao meu lado
porei, Papai Noel, sobre o fogão
além do meu sapato, o coração...
- Eu sou um menino grande apaixonado!

                    Poesia de Arlindo de Castro,
                            escrita em 1956.







Apresentação do coral do Instituto Mirtillo Trombini
em Morretes

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Festa do agricultor

"Tempo de plantar e tempo de colher, tempo de pedir e tempo de agradecer" (Ecl.3,2ss)

A 5ª Festa do Agricultor em Morretes acontecerá no dia 20 de novembro de 2011, com extensa programação, conforme o convite abaixo.














Cana de açúcar



Colheita da cana



Mandioca



Colheita da mandioca


Gengibre

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Morretes - poesia de Octávio Secundino

Octávio Secundino, filho de pai morretense, nasceu em Antonina.
Residiu em Curitiba, onde durante 40 anos exerceu funções no Forum Estadual,
ao mesmo tempo em que se dedicava ao jornalismo e a movimentos culturais.
Eterno admirador de Morretes cantou a cidade em prosa e verso, recordando os costumes, as tradições e as velhas amizades.
Foi amigo do meu pai, tendo deixado com ele a poesia "Morretes" no original, escrita de próprio punho.

Morretes

No teu seio de lírios e fragância,
Eu sinto uma feliz tranquilidade,
Um prazer agridoce, uma saudade
Dos tempos ideais da minha infância.

Os olhos fecho: como linda estância,
Entre montanhas vejo-te. E quem ha de
Rever-te sem rever a mocidade,
Quando te evoco, em cismas, à distância?

Berço querido do meu velho Pai,
Por ti, de joelhos, este servo cai,
Em prece de suavíssimo conforto.

Que teu povo cortês, em marcha avante,
Do progresso na senda rutilante,
Tenha um guia de amor: Virgem do Porto!



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Natal - RN

É conhecida como a "Cidade do Sol" ou "Noiva do Sol" por ser uma das localidades com o maior número de dias de sol no Brasil, chegando a aproximadamente trezentos. Também a chamam de "Capital Espacial do Brasil" devido às operações da primeira base de foguetes da América do Sul, o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno no município limítrofe de Parnamirim.
Palácio Felipe Camarão, sede da prefeitura de Natal

Relógio de sol, na Praia de Areia Preta


Ponte Newton Navarro, sobre o Rio Potenji

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Forte dos Reis Magos


Pretendo Voltar um Dia
Com 8.500 metros quadrados de copa, num emaranhado de galhos e cipós, o cajueiro está registrado no Guinness Book como o maior do mundo. Na época da safra, de setembro a dezembro, os visitantes podem saborear a fruta enquanto dão voltas pela árvore.       


O cajueiro teria sido plantado em 1888 por um pescador chamado Luís Inácio de Oliveira; o pescador morreu, com 93 anos de idade, sob as sombras do cajueiro.

Vista aérea do CAJUEIRO

Morro do Careca

O Morro do Careca é o principal simbolo turístico e cartão postal da cidade do Natal, no estado do Rio Grande do Norte. É uma duna de 107 metros margeada por vegetação. Localiza-se ao extremo sul da Praia de Ponta Negra — praia mais famosa da capital.

Praia de Ponta Negra, a maior atração turística de Natal

Praia da Pipa com suas falésias




Travessia da lagoa a caminho de Genipabu

Praia de Genipabu

As dunas de Genipabu atraem turistas do mundo inteiro em busca do passeio de Buggy, que pode ser com emoção ou sem emoção ao gosto do viajante, no entanto apenas profissionais credenciados podem fazer o passeio, para zelar pela segurança e também para poder ter acesso ao local dos passeios, que é uma propriedade particular.
Uma curiosidade sobre as Dunas de Genipabu: elas são móveis. A ação do vento, muito intensa no RN, leva a areia de um canto para outro, o que torna a paisagem sempre uma novidade, e ainda mais arriscado àqueles que não conhecem bem o local transitarem.

Passeio de Buggy, com EMOÇÃO

Dromedários na Praia de Genipabu

Na capital potiguar é possível fazer um passeio diferente sobre dromedários, que chegam a ter 2,5m de altura e pessam 550 quilos.
No total são 20 dromedários, que só bebem água mineral e têm até plano de saúde! Aliás, são conhecidos como "Marajás de Natal".










quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Luz elétrica em Morretes

Amigos do blog
A postagem sobre Librando, o ascendedor de lampiões em Morretes, despertou muita curiosidade sobre o aparecimento da luz elétrica na minha cidade natal. Quando os morretenses "aposentaram" os lampiões? Como era a "vida noturna" dos cidadãos?
Fui em busca de algumas respostas com o Professor Nazir, que procurou outras fontes, obteve preciosas informações e atendendo minha solicitação preparou este relato sobre o assunto.


Lígia:
               A história da luz elétrica em Morretes deve ter começado ou no final do século 19 ou nas primeiras décadas do século XX. Na terceira década, eu estava no primário (1935/1939) e me lembro bem, a luz elétrica já era a do Malucelli e funcionava assim: a geração era dupla, isto é, um dínamo (ou gerador) recebia, para ser movimentado, a energia de uma roda dágua e paralelamente de um locomóvel, - máquina a vapor alimentada a lenha. A luz só era fornecida de noite. Quando começava a escurecer era ligada a luz da roda. Fraquinha, fraquinha. Meia hora depois a luz passava a ser gerada pelo locomóvel e melhorava bastante embora,  não tivesse a qualidade que seria desejável. A luz gerada pelo locomóvel só ia até às 23 horas, passando, após esse horário novamente para a roda e assim, fraquinha, prosseguia pelo  resto da noite. A voltagem era 220. Os aparelhos que consumiam eletricidade (ferro elétrico principalmente) eram proibidos pois eles significavam sobrecarga que poderia queimar o dínamo. Um estratagema usado por alguns consumidores era usar lâmpadas de 110 volts quando a luz era a fraquinha. Ela ficava muito forte, superava mesmo a luz do locomóvel. Mas sobrecarregava o dínamo e isso constituía mais uma dor de cabeça para os administradores.
               A luz do Malucelli perdurou até o segundo mandato do Lupion. Então no governo Munhoz da Rocha, já sob a responsabilidade  da Copel, foram adquiridos 3 motores diesel e montados com geradores elétricos ali na rua General Carneiro onde se situam hoje as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social.
               Em 1961, já no primeiro mandato do Sr. Ney Braga, não só Morretes como  Paranaguá e Antonina passaram a receber energia hidroelétrica da Usina de Marumbi. Anos mais tarde depois de entrar em funcionamento a Usina de Foz do Areia, todas as cidades entraram no sistema integrado de energia elétrica.
               Aí está Lígia!  A história  “meio por cima”. Foi o que consegui apurar. Mas quando menos se espera podem surgir informações revelando detalhes. Como as que me foram fornecidas pelo Sr. Romeu Biscoto.
              Um abraço do
              Nazir

Morretes - luzes de natal - Coral do Instituto Mirtillo Trombini

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Librando ... Parte II, por Octávio Secundino

Librando, de hábito, vestia roupa zuarte, já um tanto surrada pelo uso.
Tinha Librando, pela Intendência, incumbência de colocar querozene e acender os lampiões das ruas, um em cada esquina, tipo candelabro, presos a um braço de ferro. Escada ao ombro, vasilhame com alça provido de querozene, saquinho com torcidas de arriagem, archote aceso, cantando, dando boa noite a todos que passavam com esta expressão tão amável da gente boa "Deus vos de boa noite e Nossa Senhora do Porto o abençoe". Gente da nossa gente que nasceu para o bem.
Aos meus olhos recordativos, voltados à distância, mui longe, da meninice à velhice, num silêncio de meditações arrancando suspiros de saudade, parece que revejo, em seu contínuo vai-vem, o bondoso Librando sorrindo, cantando, subindo a tôsca escadinha e encher de luminárias aquêles imperiais lampiões, suspensos nas esquinas, que aureolavam em seu derredor, num bruxulear, mortiça claridade acetilêna que se refletiam nas vidraças (...)



Como Librando, em Morretes, outros acendedores em outras cidades do nosso Brasil antigo, exerceram esse ofício durantes muitos anos, até o surgimento da luz elétrica.
O poema de Jorge Matheus de Lima mostra a importância da profissão daqueles homens da época, comparados, simbolicamente, aos profissionais de hoje da área de energia.
 
Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
Parodiar o sol e associar-se à lua
Quando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
Outros mais a acender imperturbavelmente,
À medida que a noite aos poucos se acentua
E a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita: —
Ele que doira a noite e ilumina a cidade,
Talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
Crenças, religiões, amor, felicidade,
Como este acendedor de lampiões da rua

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Librando o acendedor de lampeões*

É difícil pensarmos em Morretes no fim do século XIX, com lampiões iluminando as ruas, acesos pelo cabloco Librando. Leiam o texto e imaginem a cena. 

Librando, um cabloco guapo e forte, alegre e boêmio, era o acendedor dos lampeões das ruas de Morretes, já pelos anos de 1895 e 1896. Dizia-se, que antes dessa missão, fora Librando caixeiro do armazem do seu Caetano Babão, cuja especialidade era a venda de lampeões, castiçais, mangas de vidro, pavios e querosene; e mais, bacias-banheiro, urinóis, secção de quinquilharias, etc. Também lá se vendiam remédios a jalapa (...) E, se procuravam urinóis, seu Caetano respondia que tinha de todos os tamanhos, mas que era preciso trazer as medidas... Espírito e graciosidade de antanho.
Librando era também cantador e tocador de viola. Nascera lá na encosta do poético Anhaia, no sítio do Sarapiá, caminho de Barreiros, antigo porto marítimo com armazem de aduana e fiscalização.
Morava do outro lado do "Nhundiaquara gentil"... o rio-amor do glorificado poeta Juca Moraes, quando nem se pensava em ponte de ligação.
A tardinha, com bom ou mau tempo, velejava Librando, ao "xoa" do rêmo na sua canôa de  "guadiruvú", cigarrinho de palha à boca, rumo às cotidianas obrigações cantando:

Nhundiaquara, rio corrente
que desliza para o mar;
na canôa nem se sente
o barulho do mar...

Quando ao outro lado passar,
- rio querido, rio amor;
ouças meu rêmo cantar
- rema, rema remador.

P'ra Morretes dar confôrto,
Quando acende o lampeões;
à Nossa Senhora do Porto
Librando faz-lhe oração...

Ninguém sabe acreditamos sejam dêle ou de alguém, essas rimas cablocas. Seja como for, simples embora, revelam inspiração.
Librando foi feliz. Vivia cantando. Se teve dores, sabia disfarçá-las. Boêmio, dava-se com todos. Gostava de "matar o bicho" num traguinho no armazem do Maneco Maria (...)
Finalizado o seu mister, que às vêzes amanhecia, ia tomar café e fazer compras para as venerandas morretenses: Nhá Euristela e Nhá Isabel Massaneiro, para a casa do "seu" João Negrão e para o sr. Camargo, chefe da agência telegráfica, que então era a Central do Paraná (...) 

*Artigo do sr. Octávio Secundino, publicado no jornal
O Estado do Paraná, em 23 de dezembro de 1955.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Festival de turismo em Morretes

Busto do historiador Rocha Pombo
Praça Rocha Pombo - Morretes

Com atividades de gastronomia, artesanato, lazer, comércio e turismo tem início hoje, no Centro de Eventos de Morretes, o 1º Festival de Turismo do Litoral Paranaense. Promovido pela Agência de Desenvolvimento do Turismo Sustentável do Paraná segue até domingo 28, com exposições, seminários, palestras e oficinas sobre turismo, cultura e sazonalidade e visitas técnicas.
O objetivo do evento é fomentar o turismo no litoral o ano todo e não somente no verão, contemplando o que a região pode oferecer, e ainda promover e valorizar a cultura e história do litoral.
Para mais informações sobre o evento clique no link abaixo:

www.festivaldolitoral.com.br


Largo Lamenha Lins


Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto


Artesanato na Estação das Artes


Via Sacra do pintor morretense Theodoro De Bona
Barreado de Morretes
Barreado - prato típico do litoral

A famosa cachaça de Morretes

Cachoeira

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Pai heroi

*Poesia de José Maria Garmatter.
Escrita em 1983, portanto há 28 anos, mas um tema muito atual!

Papai, quando eu crescer quero ser grande!
Um rei, um artista ou um heroi!
Filho, aqui já não mais existem nem reis, nem herois.
Você tem que ser artista.
Use a arte da dignidade, que há muito foi esquecida;
Da lealdade, que não mais se ouve dizer;
Da honestidade, que, acho eu, já morreu;
Do patriotismo, que com este tempo adoeceu;
Da verdade, que foi torcida e aleijada;
Do trabalho, que se transformou em agiotagem;
Da liderança, que foi sufocada;
Da justiça, que nome certo já não tem;
Do amor, que a massificação esmagou;
Da cultura, que nem vocabulário mais tem;
Da oração, que se apagou;
Da esperança e da fé, que desacreditadas foram!
Filho, o que lhe disse muito me doi.
Mas só sendo assim artista,
Você será heroi!

* Poesia extraida do livro Pensamentos e poemas.
Minha homenagem carinhosa a todos os pais.
                                           

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Reflexão, por Facundo Cabral

Você não está deprimido, não! Você está é distraído …
Distraído em relação à vida que preenche o seu ser,
Distraído em relação à vida que lhe rodeia,
Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.
Não caia nessa, como caem tantos, que sofrem por um único ser humano, quando existem cinco bilhões e seiscentos milhões no mundo.



Além do mais, não é assim tão ruim viver só. Você tem total liberdade de decidir, a cada momento, o que deseja fazer, e graças à solidão você tem tempo de conhecer-se melhor o que é fundamental para viver.



Não faça como tantos, que se sentem velhos porque têm setenta anos, e esquecem que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos



Você não está deprimido: está distraido! Você lamenta suas perdas… Perdas?! Tudo lhe foi dado! Você não fêz nem um só cabelo da sua cabeça, portanto nunca foi dono de coisa alguma.
Além disso, a vida não lhe tira coisas: apenas lhe alivia e liberta de muitas coisas, para que você possa voar mais alto, para que alcance a plenitude.

Do útero ao túmulo, vivemos numa escola: o que você chama de problemas são apenas lições.



Você não perdeu coisa alguma: o ente querido que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção. E não esqueça que o melhor dele, o amor, continua vivo no seu coração.
O amor tem mais valor que tudo! Minha mãe, em sua sabedoria simples, dizia, “A pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas em excesso, e nos deforma, tornando-nos desconfiados.



Faça tudo com amor e será feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente fadado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural. Não faça coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor. Então terá a plenitude, onde tudo é possível sem esforço, porque entrará em ação a força natural da vida, a mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.



Deus lhe deu a responsabilidade por um ser humano: você! Dê felicidade e liberdade para si mesmo. Só então conseguirá compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.



Lembre-se: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Então reconcilie-se consigo mesmo, coloque-se na frente do espelho e lembre-se que esta pessoa que você está vendo é uma obra de Deus, e decida neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição valiosa.



Aliás, a felicidade não é um direito, mas sim um dever; porque se você não for feliz, você sozinho irá contaminar o ar com a sua amargura carrancuda, afetando a vida de todas as pessoas, por onde você passar.
Um único homem que não tinha talento nem valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.



Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, Don Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.



E se você está com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, coloca em liberdade o seu corpo, que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas)... Se você ganha, será mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.



Não, você não está deprimido, você está é desocupado.
Ajude a criança que precisa da sua mão, ajude os mais velhos… assim os jovens lhe ajudarão quando chegar a sua vez.
Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é também gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão depois de nós.



Dê sem medida, e receberá sem medida.
Ame até tornar-se um ser amado; mais ainda, converta-se no próprio Amor.
E não se deixe enganar por alguns homicidas e suicidas.
O bem é majoritário, mas não se percebe porque é silencioso. Uma bomba faz muito mais barulho que um gesto de carinho, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carinhos que alimentam vidas.



Viver vale a pena, não é mesmo? Sabe, se Deus tivesse uma geladeira, teria você numa foto grudada na porta. Se ele tivesse uma carteira, sua foto estaria nela. Ele lhe envia flores a cada primavera. Ele lhe envia um nascer do sol a cada manhã. Cada vez que você quer falar, Ele escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, mas escolheu o seu coração!



Deus não lhe prometeu dias sem dor, riso sem tristeza, sol sem chuva… porém Ele prometeu força para cada dia, consolo para as lágrimas, e luz para o caminho.



“Quando a vida lhe trouxer mil razões para chorar, encha o peito de ar e repita em voz alta as suas mil e uma razões para sorrir.”
Facundo Cabral

Reflexão por Facundo Cabral

Você não está deprimido, não! Você está é distraido …
Distraido em relação à vida que preenche o seu ser,
Distraido em relação à vida que lhe rodeia,
Golfinhos, bosques, mares, montanhas, rios.
Não caia nessa, como caem tantos, que sofrem por um único ser humano, quando existem cinco bilhões e seiscentos milhões no mundo.



Além do mais, não é assim tão ruim viver só. Você tem total liberdade de decidir, a cada momento, o que deseja fazer, e graças à solidão você tem tempo de conhecer-se melhor o que é fundamental para viver.



Não faça como tantos, que se sentem velhos porque têm setenta anos, e esquecem que Moisés comandou o Êxodo aos oitenta e Rubinstein interpretava Chopin com uma maestria sem igual aos noventa, para citar apenas dois casos conhecidos



Você não está deprimido: está distraido! Você lamenta suas perdas… Perdas?! Tudo lhe foi dado! Você não fêz nem um só cabelo da sua cabeça, portanto nunca foi dono de coisa alguma.
Além disso, a vida não lhe tira coisas: apenas lhe alivia e liberta de muitas coisas, para que você possa voar mais alto, para que alcance a plenitude.

Do útero ao túmulo, vivemos numa escola: o que você chama de problemas são apenas lições.



Você não perdeu coisa alguma: o ente querido que morre apenas está adiantado em relação a nós, porque todos vamos na mesma direção. E não esqueça que o melhor dele, o amor, continua vivo no seu coração.
O amor tem mais valor que tudo! Minha mãe, em sua sabedoria simples, dizia, “A pobreza está mais próxima do amor, porque o dinheiro nos distrai com coisas em excesso, e nos deforma, tornando-nos desconfiados.



Faça tudo com amor e será feliz. Aquele que faz o que ama, está benditamente fadado ao sucesso, que chegará quando for a hora, porque o que deve ser será, e chegará de forma natural. Não faça coisa alguma por obrigação ou por compromisso, apenas por amor. Então terá a plenitude, onde tudo é possível sem esforço, porque entrará em ação a força natural da vida, a mesma que me ergueu quando caiu o avião que levava minha mulher e minha filha; a mesma que me manteve vivo quando os médicos me deram três ou quatro meses de vida.



Deus lhe deu a responsabilidade por um ser humano: você! Dê felicidade e liberdade para si mesmo. Só então conseguirá compartilhar a vida verdadeira com todos os outros.



Lembre-se: "Amarás ao próximo como a ti mesmo". Então reconcilie-se consigo mesmo, coloque-se na frente do espelho e lembre-se que esta pessoa que você está vendo é uma obra de Deus, e decida neste exato momento ser feliz, porque a felicidade é uma aquisição valiosa.



Aliás, a felicidade não é um direito, mas sim um dever; porque se você não for feliz, você sozinho irá contaminar o ar com a sua amargura carrancuda, afetando a vida de todas as pessoas, por onde você passar.
Um único homem que não tinha talento nem valor para viver, mandou matar seis milhões de judeus, seus irmãos.



Existem tantas coisas para experimentar, e a nossa passagem pela terra é tão curta, que sofrer é uma perda de tempo. Podemos experimentar a neve no inverno e as flores na primavera, o chocolate de Perusa, a baguette francesa, os tacos mexicanos, o vinho chileno, os mares e os rios, Don Quixote, Pedro Páramo, os boleros de Manzanero e as poesias de Whitman; a música de Mahler, Mozart, Chopin, Beethoven; as pinturas de Caravaggio, Rembrandt, Velázquez, Picasso e Tamayo, entre tantas maravilhas.



E se você está com câncer ou AIDS, podem acontecer duas coisas, e ambas são positivas: se a doença ganha, coloca em liberdade o seu corpo, que é cheio de processos (tenho fome, tenho frio, tenho sono, tenho vontades, tenho razão, tenho dúvidas)... Se você ganha, será mais humilde, mais agradecido... portanto, facilmente feliz, livre do enorme peso da culpa, da responsabilidade e da vaidade, disposto a viver cada instante profundamente, como deve ser.



Não, você não está deprimido, você está é desocupado.
Ajude a criança que precisa da sua mão, ajude os mais velhos… assim os jovens lhe ajudarão quando chegar a sua vez.
Aliás, o serviço prestado é uma forma segura de ser feliz, como é também gostar da natureza e cuidar dela para aqueles que virão depois de nós.



Dê sem medida, e receberá sem medida.
Ame até tornar-se um ser amado; mais ainda, converta-se no próprio Amor.
E não se deixe enganar por alguns homicidas e suicidas.
O bem é majoritário, mas não se percebe porque é silencioso. Uma bomba faz muito mais barulho que um gesto de carinho, porém, para cada bomba que destrói há milhões de carinhos que alimentam vidas.



Viver vale a pena, não é mesmo? Sabe, se Deus tivesse uma geladeira, teria você numa foto grudada na porta. Se ele tivesse uma carteira, sua foto estaria nela. Ele lhe envia flores a cada primavera. Ele lhe envia um nascer do sol a cada manhã. Cada vez que você quer falar, Ele escuta. Ele poderia viver em qualquer ponto do Universo, mas escolheu o seu coração!



Deus não lhe prometeu dias sem dor, riso sem tristeza, sol sem chuva… porém Ele prometeu força para cada dia, consolo para as lágrimas, e luz para o caminho.



“Quando a vida lhe trouxer mil razões para chorar, encha o peito de ar e repita em voz alta as suas mil e uma razões para sorrir.”

Facundo Cabral
* 22.05.1937
+ 09.07.2011

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Comarca de Morretes

A elevação de Morretes à categoria de Comarca constituía um justo anseio do povo desta comuna, desde o tempo do saudoso Coronel Rômulo José Pereira, o grande vulto da história política e administrativa de nossa terra, cuja obra está reclamando a pena de um historiador para perpetuar-lhe o nome.
Posteriormente, na gestão do Major Luiz Brambilla também foram tomadas providências junto ao Governo Afonso Camargo. Obstáculos irremovíveis naqueles tempos impediram se alcançasse esse desiderato. Mas não esmoreceram os dirigentes que se seguiram.
O Prefeito Tenente Pacífico Frederico Zattar julgou ver realizada essa aspiração, ao principiar o ano de 1938, quando o Exmo. Sr. Dr. José Pacheco Júnior, Juiz de Direito, instalou a Comarca de Morretes, por força da então nova divisão judiciária do Estado, infelizmente modificada logo em seguida, continuando Morretes na inferior condição de termo. Desde então, os Morretenses voltaram à luta, a fim de conquistar a tão almejada independência judiciária.
De minha parte, orgulho-me de ter sido um cooperador, embora humilde, quer pelas colunas da imprensa que represento, quer como membro do partido político que incluiu esse anseio entre as reinvidicações do município, quando das campanhas eleitorais: as belas batalhas da democracia.
(...)
Agradeço não em nome das autoridades e dos poderes porque estão todos aqui condignamente representados, mas sim, em nome dos munícipes, representados por aqueles que têm seus assuntos por decidir, por aqueles que têm suas terras por legalizar, pelos que, por falta de recursos não puderam se locomover até a Comarca para tratar de seus assuntos. (...)
Desejo prestar, aqui, sincera homenagem ao Meritíssimo Juiz Dr. Luiz de Albuquerque Maranhão Junior pelo brilho com que preside esta solenidade.
(...)
Concluo esta simples oração com a crença de que o Município de Morretes, nesta nova fase, como Comarca, e revigorado como se acha pelas iniciativas públicas e particulares municipais e pelo apoio que lhe vem emprestando o Governo do Estado, marchará para um futuro grandioso, comparado aos seus áureos tempos do Império.
Tenho dito.

 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Erupção vulcânica em Morretes!?*




Complexo do Marumbi

  No dia 21 de agosto de 1879, bem antes da inauguração da ferrovia Paranaguá Curitiba, o Pico do Marumbi com 1547 metros, foi escalado pela primeira vez por Joaquim Olympio de Miranda, Bento Manoel de Leão, Antônio Silva e Antônio Messias.
Em maio de 1902 um grupo de amigos partiu de Morretes com o propósito de escalar a montanha, o que foi realizado com sucesso e para comprovarem o feito os intrépidos marumbinistas resolveram atear fogo na mata. O fogaréu foi visto pelos moradores de Paranaguá, Antonina e Morretes levando pânico às populações, pois pensavam tratar-se de um vulcão em erupção!
Esta façanha foi contada pelo Sr. Olympio Trombini, que participou da expedição, e transmitida pelo neto o Sr. Italo Trombini, ao reporter e pesquisador Henrique Schmidlin, o "Vitamina" em 1979, ano do centenário da primeira escalada. O reporter teve ensejo de apreciar uma fotografia da ocasião, na qual estão impressos os seguintes dizeres: Foi esta expedição que em maio de 1902 deitou fogo à macega, na serra do Marumbi, o que ocasionou o povo a supor um vulcão, e em Paranaguá entoar TE DEUM por esse motivo.
O chefe da equipe foi obrigado a publicar no jornal A REPÚBLICA uma nota de esclarecimento e assumido a responsabilidade do “causo”.

Em pé, da esquerda para a direita: Emílio Grotti, Alexandre José Soares Taveira, Bernardo D'Oliveira Bittencourt, Olympio Trombini, João Gobbo (timoneiro), Ewaldo Frederico Pettersen, Emílio Dalla Stela.
Sentados: Antônio Orreda, Vicente Luiz de Oliveira, Manoel Antônio dos Santos, Doro Cauduro.
Deitado : José Nogueira (chefe).
Estes os expedicionários da ascensão no ano de 1902, pela face norte.
* Publicado no jornal O Estado do Paraná, em 19 de agosto de 1979