quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Luz elétrica em Morretes

Amigos do blog
A postagem sobre Librando, o ascendedor de lampiões em Morretes, despertou muita curiosidade sobre o aparecimento da luz elétrica na minha cidade natal. Quando os morretenses "aposentaram" os lampiões? Como era a "vida noturna" dos cidadãos?
Fui em busca de algumas respostas com o Professor Nazir, que procurou outras fontes, obteve preciosas informações e atendendo minha solicitação preparou este relato sobre o assunto.


Lígia:
               A história da luz elétrica em Morretes deve ter começado ou no final do século 19 ou nas primeiras décadas do século XX. Na terceira década, eu estava no primário (1935/1939) e me lembro bem, a luz elétrica já era a do Malucelli e funcionava assim: a geração era dupla, isto é, um dínamo (ou gerador) recebia, para ser movimentado, a energia de uma roda dágua e paralelamente de um locomóvel, - máquina a vapor alimentada a lenha. A luz só era fornecida de noite. Quando começava a escurecer era ligada a luz da roda. Fraquinha, fraquinha. Meia hora depois a luz passava a ser gerada pelo locomóvel e melhorava bastante embora,  não tivesse a qualidade que seria desejável. A luz gerada pelo locomóvel só ia até às 23 horas, passando, após esse horário novamente para a roda e assim, fraquinha, prosseguia pelo  resto da noite. A voltagem era 220. Os aparelhos que consumiam eletricidade (ferro elétrico principalmente) eram proibidos pois eles significavam sobrecarga que poderia queimar o dínamo. Um estratagema usado por alguns consumidores era usar lâmpadas de 110 volts quando a luz era a fraquinha. Ela ficava muito forte, superava mesmo a luz do locomóvel. Mas sobrecarregava o dínamo e isso constituía mais uma dor de cabeça para os administradores.
               A luz do Malucelli perdurou até o segundo mandato do Lupion. Então no governo Munhoz da Rocha, já sob a responsabilidade  da Copel, foram adquiridos 3 motores diesel e montados com geradores elétricos ali na rua General Carneiro onde se situam hoje as secretarias municipais de Saúde e Assistência Social.
               Em 1961, já no primeiro mandato do Sr. Ney Braga, não só Morretes como  Paranaguá e Antonina passaram a receber energia hidroelétrica da Usina de Marumbi. Anos mais tarde depois de entrar em funcionamento a Usina de Foz do Areia, todas as cidades entraram no sistema integrado de energia elétrica.
               Aí está Lígia!  A história  “meio por cima”. Foi o que consegui apurar. Mas quando menos se espera podem surgir informações revelando detalhes. Como as que me foram fornecidas pelo Sr. Romeu Biscoto.
              Um abraço do
              Nazir

Morretes - luzes de natal - Coral do Instituto Mirtillo Trombini

2 comentários:

  1. Oi Ligia !!!!
    Valeu... está ótima a postagem.
    Bjs
    Zelinda

    ResponderExcluir
  2. Muito interessante, Ligia,

    sempre é bom saber um pouco da história...

    Bj

    Marina

    ResponderExcluir