quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Papai Noel

Papai Noel, fizestes muito mal...
Indiferente a mim e ao meu anseio,
alheio a tudo o que era meu,
alheio até às ilusões do meu natal.

Passastes longe, austero e tão cruel,
que eu, vazio de sonho e de desejo,
agora clamo, grito e choro e vejo
que não és mais o meu Papai Noel...

Meu bom velhinho, escuta-me: eu agora,
sou moço, fiquei outro e, em meu juizo,
não quero flauta, nem tambor, nem guizo,
somente o amor que eu sentia outrora.

O amor! O amor! Traze-mo se puderes.
Ele existe, ele  vive, sinto-o no ar
que respiro, na luz, na voz, no olhar
da mais encantadora das mulheres...

E se tu m'a trouxeres ao meu lado
porei, Papai Noel, sobre o fogão
além do meu sapato, o coração...
- Eu sou um menino grande apaixonado!

                    Poesia de Arlindo de Castro,
                            escrita em 1956.







Apresentação do coral do Instituto Mirtillo Trombini
em Morretes

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