quarta-feira, 6 de julho de 2016

Pai herói, de José Maria Garmatter

Pai herói,  belíssima poesia do José Maria. 
Minha homenagem ao primo falecido no último dia 4.

Papai, quando eu crescer quero ser grande!
Um rei, um artista ou um herói!
Filho, aqui já não mais existem nem reis, nem heróis.
Você tem que ser artista.
Use a arte da dignidade, que há muito foi esquecida;
Da lealdade, que não mais se ouve dizer;
Da honestidade, que, acho eu, já morreu;
Do patriotismo, que com este tempo adoeceu;
Da verdade, que foi torcida e aleijada;
Do trabalho, que se transformou em agiotagem;
Da liderança, que foi sufocada;
Da justiça, que nome certo já não tem;
Do amor, que a massificação esmagou;
Da cultura, que nem vocabulário mais tem;
Da oração, que se apagou;
Da esperança e da fé, que desacreditadas foram!
Filho, o que lhe disse muito me doí.
Mas só sendo assim artista,

Você será herói!

2 comentários:

  1. Lígia, querida
    Diante de um Brasil tão sofrido, de tantas misérias morais, caráter tão diverso dos nossos antepassado, nos ajoelhamos diante dos filhos se Morretes, que deixaram tanto exemplo de cidadania para todo o Brasil.

    Que embelezam nossos museus com sua arte, nossas bibliotecas com suas penas e que são referenciados por seus descendentes.
    Hoje choramos pelos milionários, que preferiram enriquecer roubando do povo, e se dizendo inocentes....
    Beijo
    Nancy

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  2. Boa tarde, Ligia
    Tudo bom???
    Que bela homenagem: embora a poesia tenha sido escrita ha 33 anos, e muito atual e seu conteúdo cheio de verdades!
    Aceite meu abraço carinhoso
    Marina

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