quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Luiz Nenê Brambilla *


Luiz Nenê Brambilla

Eu já falei neste Campo Santo quando a morte roubou a mocidade em flor de Chiquinho Caetano, orgulho do esporte Morretense. Eu já discursei aqui quando Nenê Trombini, meu grande amigo, arrebatado pela Parca, baixava à sepultura. (...) Eu não poderia, portanto, meus caros conterrâneos e parentes, deixar de discursar ante o túmulo de Luiz Brambilla, cujo corpo ao baixar hoje ao jazigo, leva consigo pedaços do meu coração.

Será o Morretense amante de sua terra ou será o genro extremado que se manifesta nestas sinceras palavras? Eu o afirmo que são ambos, porque em Luiz Brambilla, meus amigos, eu vi no convívio diário de vinte anos, o homem em sua vida pública, o homem em sua vida comercial, o homem em sua vida privada. E não soube qual delas mais admirar, se como Prefeito de sua terra em gestão brilhante e profícua; se como o político prestigioso e hábil reunindo em torno de si os elementos mais destacados da vida pública do Estado; se o cavalheiro de fino trato pontificando na vida social da cidade; se o sócio fundador da Sociedade Beneficente e Recreativa dos Operários de Morretes; se o sócio benemérito do Clube 7 de Setembro; se o Morretense entusiasmado e interessado por tudo que se relacionasse com o progresso da nossa terra.

Eu não sabia como dizia, se admirar mais o homem público ou o comerciante que após quarenta anos de atividade profícua, espalhando benefícios pelos quatro cantos do nosso Município, viu de um momento para outro, por ser bom e honesto, ruir seu monumento. Foi como se arrebentasse o navio, e ele, qual comandante intemerato, abandonado pela maior parte da tripulação, sobrando-lhe dos amigos somente os mais leais em número reduzido, suportou toda a borrasca, levando-se para um porto calmo, onde consolidou a estima e o conceito dos seus concidadãos, mercê de uma existência pobre de bens materiais, porém digna.

O homem da vida privada, eu o aponto como modelo de honradez e das virtudes morais e cristãs. (...) O carinho que dispensava aos seus, levaram-no a sofrer pelos outros, e ainda durante a grave e longa doença, vimo-lo muitas vezes, entre fortes dores, esquecer de tudo, menos, porém, de pequeninas coisas de que necessitassem e principalmente da saúde de sua esposa, de suas filhas e de suas netinhas.

Seu Nenê! Meu caríssimo sogro!

(...) A saudade ficará eternamente gravada no coração daqueles a quem tanto amou e por quem foi sempre bem amado. Receba o meu saudoso adeus. A minha eterna gratidão por tudo que fizeste por mim. Receba o último beijo de D. Cota, de Odete, de Olguinha de Belinha, Lígia, Lia, Eliane, Marília e Carlito.(...)
Nada mais posso dizer. Eu não falo pelos lábios. Falo pelo coração.
Adeus!
Descanse na Paz do Senhor!
Dona Cota

* O discurso na íntegra encontra-se no livro Tenho dito, p.61

4 comentários:

  1. Olá Ligia, novamente parabéns! Está ficando cada vez melhor.
    Eu preciso de uma biografia do Senhor Luiz Brambilla. Estou tentando montar as biografias completas de todos os Prefeitos. Na Galeria dos Prefeitos, por conta do pequeno espaço disponível para estas informações, elas são poucas. Agradeço. Grande abraço.

    Saudações Morretenses
    Éric Hunzicker

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  2. Que lindo discurso! fico aqui no meu lugar a imaginar aquela cena, o sofrimeto estampado em cada rosto,os soluços sacudindo os corações, o patriarca , o lider da família, dos negócios , da política sendo enterrado, sendo levado para a eternidade, e o genro, como dá para sentir era como um filho, sentindo a dor da perda de um segundo pai.E o nosso tio Marquinhos não decepcionou a família Brambilla tratando a todos com muito carinho, atenção, generosidade e responsabilidade, com seu jeito simples mas...de uma grandiosa sabedoria!

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  3. Parabéns Ligia, pela homenagem do dia dos avós,netos são presentes, enviados de DEUS,para que a nossa velhice se torne mas alegre e feliz.
    Convivi com seus avós e lembro com muita saudades das férias que passava na chácara de Morretes.
    Sou muito grata aos meus pais que escolheram o melhor padrinho do mundo para mim meu querido TIO MARQUINHOS

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  4. Belo texto, lindos quadros.
    abçs
    Paulo

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